quinta-feira, 20 de maio de 2010

Uso da Mandala em Assentamentos do MST na Região do Baixo São Francisco






Em visita aos assentamentos Canadá e Pioneira, nos municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo ambos situados no estado de Sergipe, os quais fazem parte da região do Baixo São Francisco nas imediações da Barragem de Xingó. A visita foi viabilizada pós contato com os assentados do MST através da disciplina de Geografia Agrária do Curso de Geografia/Bacharelado da UFPE.

Na tarde do dia 12 de maio visitamos casa de Dona Maria Arlinda, mãe de cinco filhos, passou por 19 acampamentos até consegui seu lote no Assentamento Canadá no município de Canindé do São Francisco. Através do Projeto Dom Helder com assistência da SASAC(Sociedade de Apoio Sócio-Ambientalista e Cultura) Dona Maria Arlinda começou a desenvolver no quintal de sua casa dentro da agrovila que é independente de seu lote, um horta orgânica em forma de mandala.

Mas primeiramente o que é mandala?

Trata-se de uma forma de produção baseada na integração permacultural. A mandala, que requer uma área de apenas 1⁄4 de hectare para ser implantada, tem como principal fonte de energia a água, viabilizada de diversas formas e armazenada em um pequeno lago central. Através de um criterioso planejamento de uso e em respeito aos princípios universais da permacultura, busca-se a autosuficiência alimentar através do cultivo orgânico das mais variadas culturas como legumes, tubérculos e hortaliças, frutas, cereais, plantas ornamentais e medicinais para uso fitoterápico além da criação de peixes e de animais de pequeno porte para obtenção do leite e da carne. Os produtos são cultivados em círculos concêntricos: nos três primeiros são cultivadas hortaliças para a família, nos cinco círculos sucessivos culturas diversas para o mercado ou de interesse dos camponeses (quando tal prática se dá através da produção coletiva) e o último destinado à proteção ambiental através de cercas vivas e de plantas para controlar a infestação de insetos daninhos. No lago localizado no centro da mandala são criados peixes, marrecos e patos e a água, enriquecida organicamente, é usada na irrigação da mandala.


Como podemos ver a mandala de Dona Maria Angelina conta com com sementeira, local de compostagem, o único defensivo usado é um extrato do Nim que é retirado da sua própria terra.

O que é o NIM?

O NIM é uma planta originada da Índia, trazida para o Brasil em 1992. Trata-se de uma árvore de crescimento rápido, que em poucos anos, atinge mais de 10metros de altura. Produz os seus primeiros frutos entre 3 e 5 anos depois do plantio. Nas condições do Nordeste chega a produzir frutos 2 vezes por ano.
Ela se desenvolve bem em regiões semi-áridas, por ser resistentes à seca e suportar temperaturas elevadas, adaptando-se facilmente a diferentes tipos de solos. As substâncias encontradas no NIM funcionam como repelentes e, quando aplicadas diretamente no inseto podem matar ou provocar alterações genéticas. Insetos atingidos pelo NIM, ao se reproduzirem, geram insetos com o corpo defeituoso, de menor tamanho, com baixa capacidade de alimentação e de reprodução, diminuído assim a produção da praga.
O NIM traz grandes benefícios para o agricultor ou agricultora. Suas folhas e sementes podem ser usadas na defesa natural contra muitas pragas e doenças de plantas e também de animais. Controla lagartas, gafanhoto, besouros, pulgões, ácaros, mosca branca, bicudo do algodoeiro e pragas de grãos armazenados. Também controla nematóides e algumas doenças de fungos. No tratamento de animais é usado como carrapaticida e como vermífugo. Não é tóxico ao ser humano, mamíferos em geral, pássaros e peixes.
Esse tipo de projeto é de grande importância tanto para a preservação do meio ambiente como também para segurança alimentar dos agricultores, além de gerar renda extra para a família.

Postado por: Luann Ribeiro, Natália Sousa ,Leandro Santos e Dione Ventura e Sueny

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