quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Viabilizando o Consumo Sustentável. Práticas Sustentáveis na Universidade: Uma Avaliação do Restaurante Universitário da UFPE.




Projeto de Política e Gestão Ambiental

Professora: Cecília Costa

Alunos: Daniel Rodrigo C.de Araújo e Renan Bernardo




Introdução

O termo sociedade de consumo é uma das inúmeras tentativas de compreensão das mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas (MMA Consumo sustentável manual de educação, 2005). Refere-se à importância que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identidades e na construção das relações sociais (MMA - Consumo sustentável – manual de educação, 2005).

A grande quantidade de bens de consumo, produzido pelos mais diversos tipos de indústrias é frequentemente considerada como um símbolo de sucesso das economias capitalistas de todo o mundo (MMA - Consumo sustentável – manual de educação, 2005). Porém esta abundância de produtos vem sendo alvo de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades modernas. Este manual de educação (MMA) também aborda que o consumo envolve “união social”, produção e representação de valores. Desta forma, não é uma atividade neutra, particular e despolitizada. Ao contrário, trata-se de uma atividade que envolve a tomada de decisões políticas e morais todos os dias. Quando consumimos, de certa forma manifestamos a forma como vemos o mundo.

Há, portanto, um atrelamento entre valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às atividades de consumo (MMA - Consumo sustentável – manual de educação, 2005).

O consumismo, que emergiu na Europa Ocidental no século XVIII, vem se espalhando rapidamente para distintas regiões do planeta, assumindo formas diversas (MMA - Consumo sustentável – manual de educação)O início do século XXI está sendo marcado por profundas inovações que afetam nossas experiências de consumo, como a globalização (MMA - Consumo sustentável – manual de educação).

O processo de globalização da sociedade contemporânea pode ser compreendido apenas quando associado a uma nova fase de expansão do modo de produção capitalista, que passa a ter um alcance mundial. (SEVERIANO, M.F. V et al 2006). Segundo Lanni, esse processo não implica somente aspectos econômicos, ele envolve o próprio “processo civilizatório” em sua totalidade, atingindo “nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos nacionais, grupos e classes sociais, economias e sociedades, culturas e civilizações”, destruindo e criando modos de ser, pensar, agir, sentir e imaginar” (SEVERIANO, M.F.V et al 2006, p 56 apud LANNI 1997, pp.11-4).O nível e o estilo de consumo se tornam a principal fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação em um grupo e de distinção com os demais. Podemos chamar de consumismo a expansão da cultura do “ter” em detrimento da cultura do “ser”.(MMA - Consumo sustentável – manual de educação, 2005).

Cavalcanti C. (1994) nos traz uma expressão que surgiu no contexto sobre as discussões do desenvolvimento sustentável, a economia da sustentabilidade. Segundo ele:

A economia da sustentabilidade é uma forma de exprimir a noção de desenvolvimento econômico como fenômeno cercado por certas limitações físicas que ao homem não é dado elidir. Isto equivale a dizer que existe uma combinação suportável de recursos para realização do processo econômico, a qual pressupõe que os ecossistemas operam dentro de uma amplitude capaz de conciliar condições econômicas e ambientais. Em outras palavras, não se pode aceitar que a lógica do desenvolvimento da economia entre em conflito com a que governa a evolução da biosfera.[...] A natureza, como se sabe, orienta-se pelo princípio da homeostase (Branco, 1989), o que garante a capacidade dinâmica dos ecossistemas de consertarem seus desvios do equilíbrio mediante processos naturais preservadores da complexa rede de ciclos biogeoquímicos que sustentam a vida no planeta. Assim, necessita-se de uma análise multidimensional, multidisciplinar, que dê conta, no processo econômico, das referências físicas biológicas, geológicas, químicas dentro do que se encaixam as estruturas da economia.

A economia não pode ser vista como um sistema dissociado do mundo da natureza, pois não existe atividade humana sem água, fotossíntese ou ação microbiana no solo (CAVALCANTI C. 1994). Ainda segundo Cavalcanti (1994) a economia da sustentabilidade, assim, implica consideração do requisito de que os conceitos e métodos usados na ciência econômica devem levar em conta as restrições que a dimensão ambiental impõe à sociedade.

Cavalcanti (1994) nos traz uma reflexão interessante:

O mundo atual, apesar do reconhecimento da importância do conceito de desenvolvimento sustentável, que levou à Conferência Rio-92, caminha concretamente por rumos que desafiam qualquer noção de sustentabilidade. Não é possível, por exemplo, aceitar projeções de taxas de crescimento da economia que supõem um ritmo anual de aumento do PIB de, digamos, 8% ao ano. Seguir nessa suposição equivaleria a admitir, por exemplo, que a economia brasileira, em 32 anos, atingiria a dimensão atual da economia americana. Isso pode ser desejável de um ponto de vista puramente quantitativo (será mesmo?), mas é irrealizável como meta de longo prazo consistente. Pensar que a economia chinesa possa crescer a mais de 10% a.a., sustentavelmente, por mais uma década, é sonhar acordado. São evidentes em toda parte que os caminhos trilhados estão esbarrando em barreiras intransponíveis.

A moderna sociedade industrial se caracteriza, por sua vez, por fluxos de sentido único, em que matéria e energia de baixa entropia se convertem continuamente em matéria e energia de alta entropia, não integrados nos ciclos materiais da natureza. Não se pode ter sustentabilidade dessa forma (CAVALCANTI C. 1994). Um modelo sustentável tem que se basear em fluxos que sejam fechados dentro da sociedade ou ajustados aos ciclos naturais (CAVALCANTI C. 1994 apud ERIKSSON, 1992).

A preocupação com os padrões atuais de produção e consumo já se fazia presente à época da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972 (RIBEMBOIM J. 1997).

A AGENDA 21, documento assinado durante a Rio92, deixa clara a preocupação com o impacto ambiental de diferentes estilos de vida e padrões de consumo: “Enquanto a pobreza tem como resultado determinados tipos de pressão ambiental, as principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios”. (Capítulo 4 da Agenda 21)

Segundo A AGENDA 21 é preciso adotar medidas que atendam aos seguintes objetivos amplos:

(a) Promover padrões de consumo e produção que reduzam as pressões ambientais e atendam às necessidades básicas da humanidade;

(b) Desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma de se implementar padrões de consumo mais sustentáveis. (Capítulo 4 da Agenda 21)

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental (JACOBI, P. 2003).

Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável (JACOBI, P. 2003). Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental (JACOBI, P. 2003).

Dessa maneira observamos o quanto é importante ficarmos atentos à questão do consumo. Segundo Ribemboim (1997 p.24) Produtores e consumidores são responsáveis pela poluição. Toda produção se destina em ultima instância ao consumo.

“Mudança de padrão de produção e consumo” implica aumento do nível de informação da população, conscientização das pessoas, eliminação dos desperdícios [...] e acima de tudo, mudança de um padrão de atitude (RIBEMBOIM J. 1997).

Uma instituição de ensino como uma universidade que oferece propagação de informação das diversas áreas de estudo visando a formação de profissionais de diversas áreas, entre elas as ciências ambientais, nutrição, ciências sociais, engenharia e outros tem o dever de implementar ações de sustentabilidade de modo a garantir informação e treinamento para os estudantes e também de servir de exemplo para a comunidade acadêmica e não acadêmica.

Sendo assim é dever de a comunidade acadêmica saber reduzir e administrar seu lixo, desde o eletrônico até os resíduos alimentares.Restaurantes universitários e outras unidades de alimentação e nutrição (UAN) devem ficar atentos ao desperdício de alimentos, por isso esses estabelecimentos elaboram vários índices para terem noção da aceitabilidade de seus alimentos e reduzir assim o numero de alimentos que vão parar no lixo. Dentre alguns índices um deles é o Índice de resto ingestão.

O Índice de Resto Ingestão (IR) é calculado de acordo com (RICARTE, M.P.R et al 2008 apud Abreu et al.2003). Onde se divide o peso da refeição rejeitada pelo peso da refeição distribuída. Este resultado é transformado em percentual e resultados maiores que 10%,para consumidores saudáveis são considerados inaceitável. Valor menor que 10% é considerado aceitável. (RICARTE, M.P.R et al 2008).

Porém reduzir o desperdício de alimento é o só o começo para um Restaurante Universitário verdadeiramente sustentável.

Objetivos Gerais

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a situação do restaurante universitário da Universidade Federal de Pernambuco, em relação à prática sustentáveis.

Objetivos específicos

Este trabalho tem como objetivo realizar levantamentos de dados como:

  • O índice de resto ingestão (IR);
  • O destino do lixo orgânico como inorgânico;
  • Os tipos de cardápios de origem animal que são distribuídos;
  • A freqüência desses cardápios de origem animal durante a semana;
  • A origem das frutas e hortaliças;
  • A origem dos outros alimentos;
  • A marca dos alimentos;
  • Se possui alimentos de matéria-prima transgênica.

Após esse levantamento serão pesquisados os tipos de empresas que prestam serviço para o restaurante bem como o seu histórico.

Pesquisas com o Público

  • Levantamentos de dados através da realização de pesquisa com os consumidores do restaurante universitário.

Justificativa

Devemos ter consciência do funcionamento da nossa instituição (UFPE) e dos serviços prestados por ela, bem como o restaurante universitário, os serviços de coleta seletiva e outros. A realização desse levantamento será de grande importância para fazermos uma avaliação superficial de como o nosso restaurante universitário se compromete com os seus consumidores e com o seu papel de contribuir com a sustentabilidade.

Metodologia

Primeiramente foi realizada uma revisão de literatura e foi avaliado que não existem trabalhos no que diz respeito ao universo da sustentabilidade de RU’s (Restaurantes Universitários), porém existem trabalhos em RU’s referente aos desperdícios de alimentos e a qualidade de armazenamento dos mesmos.

Será realizada uma pesquisa de campo, descritiva e qualitativa. Onde será feita uma entrevista com o responsável da unidade (RU), observação da unidade (RU) e a aplicação de questionários com o público.

O tipo de dados como o índice resto ingestão (IR) e do funcionamento do estabelecimento como um todo terá caráter secundário, ou seja, será um dado que a própria unidade (RU) possui.

O questionário terá caráter primário e será realizado com as pessoas que utilizam o restaurante. Para este procedimento a pesquisa terá caráter quantitativo.

Esse questionário tem como objetivo saber qual a visão dos estudantes frente ao RU, desde a opinião da qualidade da comida a opiniões sobre o posicionamento da unidade em relação a práticas sustentáveis.

Resultados e discussão

Foi feita uma entrevista com a diretora do restaurante. Ela nos informou que a equipe do Restaurante Universitário é composta por 3 pessoas da Universidade: A diretora e dois estagiários de nutrição. Os outros integrantes da equipe como os responsáveis pelo preparo e compra de todos os alimentos distribuídos no RU é terceirizado. A Universidade Federal de Pernambuco no ano de 2010 abriu uma licitação e a empresa responsável pela distribuição de alimentos, produção de alimentos e compra é a empresa Du chef (Gualter Costa Ramos).O responsável pelo estoque informou que a empresa compra alimentos de outras empresas como: Masterboi, FrangoFormoso, e Comercio de Carne Padre Cícero, estas empresas são responsáveis pelo fornecimento de carne para o restaurante. Todos os outros tipos de alimento como: Macarrão, Arroz, Feijão, Óleo, Manteiga são fornecidos pelas empresas: Marfin e Atacadão. As frutas e hortaliças são compradas por um empregador da empresa Du chef na CEASA. Os tipos de Cardápios de origem animal são: Peixe, Frango e Carne bovina. Sendo sua freqüência na semana: 1 vez, 2 vezes e todos os dias respectivamente, existe a opção para os vegetarianos que no lugar da carne comem soja. Da soja fazem diversos pratos como: Panqueca, Lasanha, Suflê e outros pratos que são distribuídos todos os dias. O destino do lixo tanto orgânico como inorgânico é o saco plástico que posteriormente é coletado por um caminhão da universidade que por sua vez fica com a responsabilidade do lixo. O índice IR faz uma avaliação da aceitabilidade dos alimentos oferecidos e do quanto está se jogando fora. A literatura diz que índices para populações saudáveis maiores que 10% é um índice inaceitável e menores são aceitáveis. Segundo os estagiários do restaurante este índice não é necessário ser feito com datas estabelecidas, porém quando realizadas deve ser melhor do que a leitura anterior. Na visita ao restaurante obtivemos acesso a este índice e recolhemos estes dados: No mês de fevereiro de 2011 o índice (IR) foi de 4,6%, o mês de março e abril de 2011 foi de 9,47%, o mês de maio de 2011 foi de 7% e o ultimo levantamento realizado no mês de outubro indicou um índice de 7,8%.

Também foi feito um questionário com os usuários do restaurante para tentar avaliar o perfil destes estudantes com relação à concepção sobre os impactos que suas ações podem causar no Mundo. Quatro gráficos foram expressos em percentual e os outros foram avaliados de acordo com o número real de estudantes que responderam os questionários. O numero total de estudantes entrevistados foram 30(trinta) o número mínimo aceito na literatura.

As quatro primeiras perguntas (gráficos 1,2,3 e 4) se referiam ao uso de energia e que setor o leitor considera que mais é impactado devido ao seu uso e as alternativas eram: Economia, Sociedade, Meio Ambiente, Todas e Nenhuma. As mesmas alternativas eram para as perguntas relacionadas à compra de comida; ao uso da água e ao modo que é jogado o lixo na rua. Observamos que a maioria dos entrevistados afirmou que suas ações afetam todos os setores citados. Estas perguntas foram coletadas do Instituto AKATU – Pelo consumo consciente. As outras perguntas (gráficos 5, 6 e 7) foram perguntas elaboradas pela própria equipe do projeto. Duas delas (gráfico 5) estavam relacionadas aos critérios embalagens e marca. O objetivo foi de saber se esses critérios influenciavam na compra; as alternativas para esta resposta foram: muito importante, mais ou menos importante e pouco importante. De 30 entrevistados 11 consideram muito importante escolher uma embalagem que possa ser reutilizada mais facilmente. 6 acharam muito importante escolher um produto pela sua marca. Outras duas perguntas relacionadas aos produtos transgênicos também foram feitas (gráfico 6) uma perguntava se o entrevistado sabia o que é uma planta transgênica e a outra perguntava se o estudante se importava em saber se um produto é transgênico ou não. 25 entrevistados sabiam o que era uma planta transgênica e 18 consideram muito importante saber que boa parte dos alimentos derivados da soja, por exemplo, são transgênicos.

As duas ultimas perguntas (gráfico 7) se referiam ao restaurante e seguindo o mesmo padrão de perguntas, 29 universitários responderam - muito importante - se o restaurante adotasse práticas sustentáveis e 20 também consideraram muito importante se o restaurante deixasse de usar copos descartáveis e o aluno fosse obrigado a levar seu próprio copo.

Foi realizado um questionário com 30 estudantes que utilizam o Restaurante Universitário para avaliar a concepção dos mesmos com relação aos impactos que suas ações podem causar no mundo. Os gráficos 1 ao 4 foram as perguntas que os entrevistados tiveram que responder sozinhos. O eixo “y” indica o percentual de alunos e o eixo “x” indica os setores que os estudantes responderam como mais impactados por suas ações e são respectivamente: Economia, Sociedade, Meio Ambiente, Todas e Nenhuma.

O modo como eu jogo lixo afeta:

O meu uso de energia: Gás e Eletricidade afetam:

A comida que eu compro afeta:


O modo como eu utilizo a água afeta:





Número de alunos que dizem que o critério embalagem é muito importante e numero de alunos que dizem que escolher um produto pela sua marca é muito importante. Esta etapa foi realizada por entrevista onde as opções de respostas eram: muito importante, mais ou menos importante e Pouco importante.




De 30 entrevistados, 25 soube responder o que é uma Planta Transgênica e 18 consideram muito importante saber se os produtos que consumimos são transgênicos. Para esta ultima as opções de resposta foram: muito importante, mais ou menos importante e pouco importante.


Vinte e nove (29) consideram muito importante se o RU adotasse práticas sustentáveis e 20 entrevistados afirmam ser muito importante se caso o RU deixasse de usar copos descartáveis e o estudante tivesse que levar seu próprio copo. Para estas respostas tiveram como alternativas as opções: muito importante, mais ou menos importante e pouco importante.



Considerações finais

Com a avaliação realizada no restaurante universitário fica claro que, para mesmo obter práticas sustentáveis deve-se contratar uma empresa para comprar e produzir alimentos de forma sustentável. Para isso o contrato deve dizer às diretrizes que a empresa escolhida deve seguir ou deve-se contratar uma empresa que tenha este perfil. É valido salientar que as empresas citadas aqui devem ser minuciosamente avaliadas no que diz respeito a práticas sustentáveis. Por outro lado a empresa responsável pelo RU compra hortaliças e frutas na CEASA e o restaurante nem se quer sabe a origem deste alimento, se vem de um produtor orgânico ou não. Com relação aos questionários observamos que a maioria dos entrevistados considera que suas ações como o modo do uso da água, a comida que é comprada, o modo de uso da energia e o modo que o lixo é jogado na rua afetam todas os setores citados: Economia, Sociedade e Meio ambiente. Porém é preocupante observar que 3,3% relataram que o uso da energia e a comida comprada não afetam nenhum setor, e 6,7% afirmam que o modo como eles usam a água também não afetam nenhum setor. Possivelmente estes jovens estão apenas refletindo de uma forma muito restrita sem ao menos pensar na forma de produção da energia, dos alimentos e na forma de obtenção da água. As outras perguntas no questionário mostram que os estudantes não estão muito preocupados com a questão da marca ao irem comprar um determinado produto, porém apenas 11 entrevistados dos 30 consideram muito importante escolher um mesmo produto com uma embalagem fácil de ser reutilizada. Os estudantes também mostraram estar bem informados sobre o que é uma planta transgênica e grande maioria acha muito importante a adoção de práticas sustentáveis pelo Restaurante e 66.7% considera muito importante uma medida de não uso de copos descartáveis pelo RU.

Referências

CAVALCANTI C. et al Desenvolvimento e Natureza: Estudos para uma sociedade sustentável. INPSO/FUNDAJ, Instituto de Pesquisas Sociais, Fundação Joaquim Nabuco, Ministério de Educação, Governo Federal, Recife, Brasil. Outubro 1994. p. 262.]

JACOBI P. Educação Ambiental: cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa , São Paulo n. 118, p. 189-205, março/ 2003

RIBEMBOIM J. Mudando os padrões de Produção e Consumo. Brasília: 1997, 147p.

RICARTE, M.P.R et al. Avaliação do desperdício de aliementos em uma unidade de alimentação e nutrição institucional em Fortaleza- CE..Saber Científico , Porto Velho, 1 (1): 158 - 175, jan./jun.,2008.

SEVERIANO, M.F.V. Consumo, Narcisismo e Identidades contemporâneas: uma análise psicossocial. EdUERJ, 2006. 96p.

_________BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Global. Disponível em:http://www.mma.gov.br/sitio/.

_________BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Consumo Sustentável: Manual de Educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/IDEC, 2005. 160 p. Disponível em:http://www.mma.gov.br/sitio/.




ALÉM DO DISCURSO: UMA EMPRESA QUE PRATICA ÉTICA E SUSTENTABILIDADE ?

Camila Batista, Heloína Paiva, Ikaro Mendes, Jaciene Suares e Maria Clara Alvino

A palavra sustentabilidade está cada vez mais presente no vocabulário das pessoas, entretanto esta é uma palavra de difícil descrição. Existem atualmente oitenta e cinco definições para o termo desenvolvimento sustentável. Uma delas é a utilização dos recursos e serviços ambientais no presente, sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.
Uma empresa com princípios éticos e sustentáveis, insere no cotidiano da sua gestão a preocupação com a segurança, respeito e satisfação do funcionário e de sua família, mantém um bom relacionamento com as comunidade do entorno de suas instalações, dá um destino adequado a seus efluentes e lixos, utiliza materiais que estejam de acordo com a legislação.
Nesse contexto, abordamos alguns aspectos de uma mineradora de alumínio que diz se comprometer com a ética e a sustentabilidade, avaliando-a criteriosamente. Foram realizadas pesquisas nos sites da empresa. Reportagens relacionadas a esta mineradora de alumínio foram importantes para julgarmos as práticas sustentáveis através do conteúdo exposto nos noticiários. Entrevistas foram realizadas com o responsável pelo setor ambiental através da aplicação de um questionário (respondido abaixo).

1. Vocês possuem algum tipo de selo sustentável?

"Não possuímos selo. Sustentabilidade é estratégia global da nossa empresa."

2. Como é estruturado o setor de meio ambiente desta empresa mineradora de alumínio?

"O Setor de Meio Ambiente faz parte do Departamento de SSMA - Sáude , Segurança e Meio Ambiente. Atuam diretamente no setor, o Gerente de SSMA, um coordenador e 06 Técnicos de SSMA".

3. Como seria este programa Dez Milhões de Árvores vocês desenvolvem?

"Este programa foi instituído em 1998. A meta é plantar 10 milhões de árvores até o ano 2020. Na Unidade de Itapissuma-PE nossa meta é plantar 80.000, já plantamos 37.000 . As mudas são plantadas na propriedade da empresa, na comunidade , doadas aos funcionários."

4. Sabemos que o foco da empresa é produção de alumínio. Através da produção do mesmo, vocês reaproveitam algum material? Se sim, onde o mesmo é aplicado?

"Somos Indicadores da reciclagem de alumínio no Brasil. Geramos emprego e renda para milhares de trabalhadores. Estimativas feitas pela Associação Brasileira de Alumínio-ABAL apontam a existência de aproximadamente 170 mil pessoas ligadas ao processo de reciclagem do alumínio, gerando 3,3 mil empregos diretos;

São 2,1 mil empresas atuando na cadeia de reciclagem, entre cooperativas, revendas, transportadoras, processadores, entre outras. Além da geração de empregos, recolhem impostos e movimentam a economia;

Somente a etapa de coleta de latas de alumínio (a compra das latas usadas) injeta anualmente cerca de R$ 530 milhões na economia nacional, o equivalente à geração de emprego e renda para 180 mil pessoas. O faturamento estimado da cadeia de reciclagem de alumínio é de cerca de R$ 1,8 bilhão por ano. Há redução no custo de capital empregado. Os investimentos na cadeia de produção de alumínio primário, incluindo a mineração, refino e redução são muito maiores que os necessários para a reciclagem. Produção de 900 mil toneladas de alumínio reciclado/ano globalmente. Reduzimos o volume de lixo destinado a aterros e lixões, da poluição e desperdício. Economizamos, também, recursos naturais e energia. Reciclamos embalagens longa vida"

5. O que levou à desativação da estação de tratamento de efluentes? Isto está relacionado com a substituição do cromo pelo titânio?

"Substituímos o cromo pelo titânio, no processo de pintura de chapas de alumínio, acabando com o manuseio e derrame de produtos químicos. O cromo é empregado principalmente em metalurgia para aumentar a resistência à corrosão e dar um acabamento brilhante. Trata-se de um elemento essencial para o ser humano, porém em altas concentrações é toxico. Os compostos de cromo são tóxicos quando ingeridos, sendo a dose letal de alguns gramas. Em menores doses, irritam olhos, pele e mucosas. O titânio não é essencialmente perigoso à saúde humana, mas tem características de se acumular nos tecidos biológicos. eliminação de mais de 2,3 mil quilos de cromo por ano. Ocorreu a desativação da estação de tratamento de efluentes específica, já que era específica para o cromo e o mesmo foi trocado. Monitoramos as emissões e os funcionários. Temos uma estação de tratamento físico-química e biológica, para tratamento de efluentes de processos e esgoto sanitário."

6. Como se dá o desenvolvimento do projeto Sistema Ar Puro?

ANTES DO PROJETO

DEPOIS DO PROJETO

Comprava 110 mil litros de óleo/mês

Compra ~ 33 mil litros/mês

Recuperava 35 mil litros de óleo/mês

Recupera 71 mil litros/mês

Diminuição da emissão de COVs em mais de 90%

"Sua instalação foi em 2002. O sistema de purificação de ar garante que elimina no máximo 50 mg/m³ de hidrocarbonetos na atmosfera- um terço do limite estabelecido pela própria empresa. O ideal é a eliminação total dos resíduos até 2050."

O desenvolvimento do projeto sobre as práticas sustentáveis da empresa em questão, nos permitiu pensar que existem empresas que se mobilizam a favor do meio ambiente, transparecendo ética e sustentabilidade. Baseando-se nas pesquisas realizadas por nós, a empresa se diferencia significantemente da maioria.Pois, reciclagem e reutilização de materiais, diminuição ou substituição de produtos danosos ao meio ambiente, são passos de alta relevância, principalmente na atualidade, onde já é alto e continua crescendo o consumo em todo o mundo. Não foi possível realizar estudo em campo, ou seja, visitar a empresa e acompanhar a rotina de atividades da mesma para termos certeza do que nos foi passado, porém certificados e prêmios altamente reconhecidos, já foram por várias vezes entregues a mesma. Fica então nossa expectativa, para que outras empresas sigam um modelo sustentável na realização de suas atividades.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sustentabilidade urbana: Green City – uma cidade sustentável.

Geiziquele Lima, Géssica Gomes e Ingrid Fernandes


intervenção do homem na natureza, resultado das necessidades de abrigo, geração de alimentos, produção de bens e serviços, comunicação, interação social, enfim, de todas as questões inerentes à sociedade humana, tem transformado as condições ambientais e a própria existência das pessoas.

Por esses motivos é que surge a necessidade da aplicação de métodos metigadores aplicados nas áreas urbanas para que se reduza esses feitos de degradação. A adaptações das cidades a um modelo sustentável pode alavancar um processo de desenvolvimento local, qualidade, que mobilize investimentos, gere empregos, renda e bem-estar.

Então o objetivo do presente trabalho foi o desenvolvimento de uma maquete reproduzindo os modos sustentáveis em meio urbano.

A seguir serão mostradas as formas de sustentábilidade aplicadas na maquete e que podem serem reproduzidas no crescimento das cidade urbanas de forma susutentável .


Casas com instalação dos tetos brancos:

Por refletirem a maior parte dos raios solares, tetos com cores claras diminuem a temperatura interna das residências e, assim, fazem com que geladeiras e aparelhos de ar condicionado consumam menos energia.













Casas com tetos verdes:

Esse tipo de telhado é bastante benéfico, pois é de baixo custo, não necessita de constantes manutenções, reduz o fenômeno das ilhas de calor nos centros urbanos, proporcionando assim uma redução no consumo de energia por reduzir a temperatura nas residências, além de servir também como ornamentação.




Casas com instalações de tetos solares:

Minimiza a temperatura interna das residências, além de fornecer uma energia limpa, renovável e de baixo custo a longo prazo.





Energia eólica:

A energia eólica faz o aproveitamento dos ventos para geração de energia elétrica. É também considerada uma energia limpa e renovável, podendo ser um método alternativo de obtenção de energia elétrica em ambientes que possuam uma boa altitude e ventilaçao favorável.




Captação da água da chuva

Através das calhas instaladas nos tetos, a água é direcionada através de um cano para uma cisterna, para que esta seja reaproveitada em outras utilidades domésticas.


Além das medidas de reaproveitamento solar e da água da chuva, existe também o reutilização da água do chuveiro para a bacia sanitária, onde a mesma é encaminhda através de uma bomba que direciona para a caixa de descarga.


A maquete representa uma parte de uma cidade, que apresenta diversos núcleos comerciais autônomos, além de garantir o suprimento alimentar da comunidade, com produção orgânica. Possui também uma vasta área verde, que serve como local de descontração para a população.

A cidade tem o objetivo de ser toda arborizada, para equilibrar o aumento da temperatura que é formada com o surgimento dos microclimas no meio urbano.

Com a construção das ciclovias, a população pode desfrutar de uma locomoção mais agradável, ecológica e menos poluente; os carros existentes na cidade são elétricos e o transporte público é bastante eficiente, diminuindo a utilização dos transportes particulares automotivos; contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida da população de Green City.











Educação Ambiental em escolas públicas e privadas

Os alunos da UFPE, Jéssica Lemos, Camila Lôbo, Mario Guimarães e Aurinete Negromonte, visitaram escolas públicas e privadas, a fim de identificar atividades alternativas, avaliar o nível de desenvolvimento cultural e educacional e divulgar pedagogias alternativas exercidas nessas escolas. As escolas visitadas foram Lubienska recanto, Ecoprime, Escola Waldorf do Recife e Escola Cândido Duarte.

LUBIENSKA-RECANTO

O Lubienska recanto apresentou programa de educação ambiental entre alunos e voltada para a comunidade, descarte de materiais recicláveis ou não, projetos já implementados ao ensino, tais como: Projeto Meu Dia Verde, Projeto Bons Frutos, Projeto “Minhoca”, Projeto Produtos Orgânicos. Além de ter Sustentabilidade como tema do ano letivo aplicado em Feira de Conhecimentos (Feira de Ciências), Jogos Internos.


ECCOPRIME

Os diferenciais da Ecoprime, além programa educação ambiental, foram: bilinguismo, horário integral, aulas diferenciadas, acessibilidade, acompanhamento nutricional, turmas reduzidas, tecnologia e cristianismo.


ESCOLA CÂNDIDO DUARTE

A única representante das escolas públicas foi a Escola Cândido Duarte, ainda existem muitos projetos a ser implementados nessa instituição, mas já estão sendo praticados coleta de óleo, oficinas de reciclagem e a horta suspensa, nenhum desses projetos são voltados para a comunidade.


ESCOLA WALDORF DO RECIFE

Apontada pela UNESCO, em 1994, como modelo de educação para o nosso tempo, aplicável em qualquer parte do mundo, Escola Waldorf do Recife aplica uma metodologia diferenciada, na qual os alunos desenvolvem, primeiramente, a coordenação motora e o estimulo a criatividade antes de ser alfabetizados. “Nosso maior empenho deve ser desenvolver seres humanos livres que sejam capazes, por si mesmos, de dar sentido e direção para suas vidas” (Rudolf Steiner, criador da metodologia)


CONCLUSÕES

A escola pública, por não possuir muitos recursos, se destacou menos que as privadas que, tiveram projetos mais consistentes e eficientes para os alunos. A Eccoprime se destacou por já ter promovido eventos para comunidade, embora de caráter recreativo. Mas todas as escolas apresentaram um destino adequado as pilhas/baterias, recolhimento de óleo e resíduos sólidos. Percebeu-se um empenho das escolas observadas em relação ao meio-ambiente, o que é essencial para uma educação ambiental, humana e acadêmica de qualidade .