segunda-feira, 9 de julho de 2012

Arquitetura Ecológica:Casas Autônomas e Ecovila


 Alunos: Cláudio Rocha, Mayanne Fernanda, Marina Araújo e Mona Lisa Veríssimo 



1. Introdução

1.1. Construção de uma Ecovila
Construir uma casa é uma ação que pode ser feita com alto ou baixo impacto ambiental. As maiores partes das construções civis de casas utilizam recursos naturais em demasia. Elas também desperdiçam muita água, madeira e outros materiais nobres, além de tijolos comuns que liberam muito calor e carbono para o meio em sua fabricação.
Para se contrapor a este sistema, as casas construídas na Ecovila Clareando utilizaram recursos naturais e materiais reciclados de forma inteligente, reduzindo bastante o impacto ambiental. Os projetos das próximas casas, que serão erguidas, são ainda mais amigáveis em relação ao meio ambiente.
As casas são construídas com tijolos de adobe ou solo cimento, pau-a-pique, estrutura de toras de eucalipto, acabamento em terra esterco, pintura de terra cal, forros térmicos de lona e bambu, vidros reaproveitados, entre outros.
Além disto, todas as casas contam com sistemas de captação de água de chuva e tratamento de esgoto. Elas também possuirão o sistema que aquecimento solar de água. Duas casas já têm os aquecedores solares.
Para o século 21 possa dar certo, cada pessoa deve reutilizar ou reusar suas próprias águas. Aqui na ecovila, as águas de descarga do esgoto sanitário, seguem um tratamento em tanques sépticos para posterior reuso em pomares através da ferti-irrigação, e as águas de chuveiro e pias vão para um tratamento mais simples, chamado zona de raízes.
As águas de chuva deverão ser coletadas pelos telhados, armazenados em reservatórios (subterrâneos ou imitando laguinhos ornamentais) e utilizados para irrigar jardins, lavar o chão e dar descarga. Cada residência deverá instalar aquecedor solar, a fim de contribuir com o programa nacional de economia energética.
Água pluvial – A casa e o calçamento que se constrói impedem a chuva de penetrar no solo, causando erosões além de diminuir a recarga do lençol freático. Em média, na região Sudeste cada m² de telhado impede 1200 a 1600 litros de água por ano. Um telhado pequeno de 100 m² causa uma erosão superficial de 120.000 a 160.000 litros por ano. Por isso um reservatório de águas pluviais além de impedir a erosão, nos permite utilizar essa água limpa em diversos usos secundários, tais como irrigar jardins, dar descarga, lavar roupa, etc.
Na Ecovila Clareando, já existe uma equipe treinada para construir esses reservatórios e sistemas de esgoto, que além de gerar novos empregos, criam oportunidade para atender à vizinhança.
Esgoto – Nas residências normais, a água da descarga, que é a mistura de 10 litros de água limpa com 200g de fezes ou 300ml de urina, se misturam com a água semilimpa do chuveiro , pias e tanques para formarem um volume final de 200 litros de esgoto por dia, ou cerca de 60.000 litros por ano por pessoa. Esse procedimento não condiz com uma nova realidade que incomoda quem já está desperto para a alfabetização ecológica. Na Ecovila Clareando, a água do esgoto será obrigatoriamente separada das demais águas, pois podem seguir por tratamentos diferenciados. Existem vasos sanitários com descarga mínima já construídos para essa nova consciência. O esgoto bruto passa por uma mini estação de tratamento anaeróbio e seu efluente final já clarificado passa sua fase oxidativa ou aeróbia em valas de infiltração sub superficial, podendo ser aproveitado por árvores frutíferas sem nenhum problema. Esse sistema atende à norma técnica NBR 7229/93 da ABNT.
As águas servidas do chuveiro, pias e tanques passam por um tratamento biológico denominado leito de raízes, podendo ser utilizado em irrigação e outras usos menos nobres. Esse sistema pode ser construído em módulos pré-fabricados na própria obra, e gerenciado por profissionais capacitados para essa atividade.
Lixo doméstico – Cada pessoa produz em média 1 kg de lixo por dia, sendo 500g orgânico e 500g inorgânico. A parte orgânica pode servir de complemento alimentar para galinhas ou para vermicompostagem (minhocas) ou mesmo para a horta e pomar. A fração inorgânica pode ser reciclada em programa já existente da prefeitura de Piracaia.

Sistema de captação de água de chuva
Como compensar parte da impermeabilização da terra causada pelas construções. Quando Cabral chegou ao Brasil, não existiam casas com telhados cobrindo o solo. Os indígenas que habitavam a região sabiam tratar a terra com respeito e equilíbrio. Na época, nosso país tinha enormes florestas que aos poucos foram diminuindo.

O caminho das águas
Antes de bater na terra, a maior parte da chuva bate numa copa de árvore.Depois, ela desce em tempos diferenciados, se infiltra no solo e abastece os lençóis freáticos. A eminente falta d’água no planeta na verdade é má distribuição deste recurso natural. Toda água que existe no planeta é a mesma que existia milhões de anos atrás. Hoje as casas entopem os “poros” do solo onde antes existiam árvores. Um telhado de 100 m² está impedindo a penetração da água da chuva em 100 m² de solo com árvores e vegetação. A água da chuva que cai no telhado escorre superficialmente pelo solo em vota da casa. Esse escorrimento vai dar em algum corpo d’água e ele também vai carregar consigo a parte superior do solo, que é a mais rica em nutrientes. Veja os problemas: a água de chuva não infiltra, empobrece o solo e entope os veios d’água.

Amenizando o problema
Todos nós ainda vamos morar por muito tempo em casas e prédios com telhados. Para amenizar o problema, podemos utilizar um sistema que capta a água da chuva e a armazena em reservatórios. Ou seja, uma casa para ser considerada ecológica precisa compensar a área de solo que impermeabilizou em sua construção. Na Ecovila Clareando nós compensamos o problema através do sistema de captação de água de chuva, instalado em todas as casas já construídas. Os 100 m² de telhado que estão impedindo a água de penetrar precisam ser reservados em algum lugar. A água acumulada nos reservatórios próprios é usada para a descarga, irrigação de hortas, lavagem de varandas, carros, roupas, pisos, entre outros. Em alguns casos, pode até ser usada para o banho. Esta água guardada será usada quando não houver chuva. Desta forma, o solo estará ávido a bebê-la novamente. Ele não estará saturado pela chuva que acabou de passar. Se todas as casas e prédios usassem este sistema, poderemos um dia compensar a distribuição da chuva pelo solo e ter uma terra mais parecida com a que existia no tempo em que Cabral chegou ao Brasil.

1.2. Ecovila Ecos de Aldeia
O terreno está localizado na região de Aldeia, no município de Camaragibe, parte oeste da Região Metropolitana de Recife - Pernambuco, que conta com um dos maiores fragmentos da Mata Atlântica da RMR, possuindo uma área total de aproximadamente 3.000 hectares (CHESF, 2004). Camaragibe possui uma extensão territorial de 52,9km2 e uma população de 150.354 habitantes (IBGE/2006). Aldeia está situada na parte norte de Camaragibe, correspondente a Região Político administrativa cinco (RPA 5), e tem sido transformada, ao longo das últimas quatro décadas, com a construção de imóveis de classe média e com o início de uma especulação imobiliária cada vez maior (SILVA, 2010).
O terreno escolhido está localizado próximo ao Km 7 da Estrada de Aldeia (PE-27) e tem uma área total de 34,618 m², onde 16,700 m² de área não edificante correspondente à área da mata, e 17,917 m² de área utilizável possível para ocupação do solo com usos diversos.

1.2.1. Breve Histórico- Ecovila Ecos de Aldeia
O processo gerador da situação em que se encontra hoje a ecovila em questão e os atuais membros participantes iniciou-se em 2008 e passou por diversas modificações, tanto no que diz respeito ao próprio conceito e futuras intenções, quanto nas várias mudanças de integrantes ocorridas durante esses 4 anos de busca pela realização de uma vontade, que é também vista como necessidade.Inicialmente, inspirados pela visita de um dos então membros do projeto à Auroville – possivelmente a primeira ecovila surgida no mundo em meados de 60, e por isso considerada uma comunidade intencional tradicional na Índia e uma referência para as ideias que surgiram a seguir – se começa uma articulação na procura de adeptos que de alguma forma buscavam novas maneiras de se relacionar com o meio-ambiente e a vida como um todo. Assim como em Auroville, percebe-se que a primeira junção ocorrida entre as pessoas interessadas revela o interesse em comum entre elas na busca do desenvolvimento da espiritualidade e do respeito a todos os seres vivos. De alguma forma, este exercício pode ser dificultado dentro da rotina das cidades, tanto pela velocidade com que as mesmas funcionam, quanto pela própria supervalorização do materialismo. A partir disso iniciam-se então as primeiras reuniões que, por consenso, tentam lidar com os desejos de cada um dentro de uma visão comum, que é o de viver em comunidade – neste caso, uma ecovila. Dentro da continuidade do processo, é encontrado um terreno e sua dimensão e localização se mostram propícias para a construção da ecovila, sendo sondado e então acertado por todos como o local escolhido.
Ao longo deste tempo, diversas reuniões aconteceram e tem sido longa, porém necessária, a construção dos objetivos da ecovila, visto a constante chegada de novos membros em função da saída de outros, o que de alguma forma desestabiliza e requer mais diálogo para decidir os rumos futuros da ecovila em consonância com as ideias de todos os moradores. Dentre os integrantes atuais, apenas quatro dos 14 moradores finais vêm participando desde o início de todas as discussões, muitas das quais essenciais para se entrar em harmonia nessa proposta de construção coletiva. É importante mencionar que, durante o processo para a compra final do terreno, por no momento não haver a quantidade de pessoas desejadas para a aquisição final, percebe-se que provavelmente a participação de alguns membros se deu por uma questão de oportunidade, visto a localização, o preço do terreno, o capital em mãos, mesmo que talvez não estivesse em consonância com a proposta de uma vida comunitária dentro da ecovila em questão.

2. Resultados
2.1.  Casas autônomas
O termo casa autônoma foi introduzido na década de 70 e o original conceito foi proposto por Alexander Pike, professor na Escola de Arquitetura da Universidade de Cambridge, como uma parte do preparo para a conferência sobre meio-ambiente das Nações Unidas em Estocolmo, 1972.
Na definição de Brenda e Robert Vale “a casa autônoma é definida como uma casa que opera independente de qualquer entrada com exceção daquelas do seu ambiente imediato. A casa não é ligada aos sistemas principais de gás, eletricidade ou esgotos, mas usa as energias de entrada como o sol, vento e chuva como serviços e para processar os seus próprios dejetos.” (Vale, 1975).
Embasamentos para construção mais sustentável:
2.1.1. Materiais e técnicas de construção
Tijolos ecológicos: Adobes com terra tirada de ninhos de cupim abandonados são bastante utilizados por serem materiais retirados de fontes de natureza morta.
Cimento/entulho-pique: É uma técnica encontrada por exemplo nas favelas de Quelimane -  Moçambique. São utilizados entulhos que sobraram de obras, principalmente resto de telhas e tijolos.
Casa de fardos de palha: O uso da palha tanto para os telhados como para as paredes, permite uma maior circulação do vento na área interna da casa, além de auxiliar na iluminação.
2.1.2. Água
Inicialmente, é preciso identificar os tipos de água que são descartadas para posteriormente avaliar a forma de tratamento que deve ser feita. Então, há uma diferença entre águas cinzas e águas negras. A água cinza se trata da água servida que foi utilizada para limpeza (tanques, pias, chuveiros). Já a água negra, é a água servida que foi utilizada nos vasos sanitários e contém coliformes fecais.
Algumas formas de reaproveitamento da água podem ser:
Utilizar como filtro todo material super poroso: brita (com seus poros, absorve bastante partículas), o carvão ativado tem mais poros que a brita e por isto é elemento filtrante mais eficiente;
O aguapé ( planta aquática), é usado para ajudar a filtrar as águas, estas plantas são eficientes e tem crescimento e reprodução rápida , temos só que retirar o excessos de vez em quando ( com até 80% de eficiência);
Captação de águas pluviais: A água de chuva não tem sais minerais, por isto devemos colocar algumas pedras no interior das caixas águas, os reservatórios tem que ter capacidade para armazenamento levando se em conta: índice pluviométrico mensal e necessidade de consumo diário.

2.1.3. Lixo e Esgotamento Sanitário

Fossa verde: O sistema de fossa verde constituí em uma canaleta que é instalada ligando o banheiro da casa ao meio externo, onde está localizada a fossa verde, nesse sistema há a presença de uma caixa impermeável de alvenaria e impermeabilizada, que fica submersa no solo. Assim, não existe o  contato dos dejetos com o solo e são cobertas com terra, que absorve os nutrientes da parte líquida do esgoto. Lá dentro, os dejetos ficam retidos em uma estrutura piramidal e a água é drenada por tijolos furados, passando por um processo de tratamento, e serve para a reutilização, inclusive para irrigar culturas como banana, mamão e tomate. Os produtos que brotam na fossa verde foram analisados pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e não apresentaram contaminação pelo esgoto. Os pesquisadores estimam que, a cada quatro anos, seja necessário remover a terra das fossas verdes para retirar a parte sólida do esgoto que estiver acumulada.Esse sistema é resultado de uma parceria entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Universidade Federal do Ceará(UFC) e já vendo sendo implantando em várias partes do país.
Filtros biológicos: Essa técnica será utilizada para o tratamento das águas cinzas, aquelas provenientes do chuveiro, banheira, lavatório de banheiro e máquina de lavar roupas. Estas águas são ricas em sabões, sólidos suspensos e matéria orgânica e podem possuir pequenas quantidades de bactérias.Através de tanques com filtros biológicos essas águas podem ser tratadas e se tornar água de reuso, podendo ser reutilizada para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pios e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água.
Bason: Consiste em uma caixa semidividida em duas câmaras: uma que recebe os dejetos humanos e restos orgânicos domésticos e outra onde estes sofrem o processo biológico de decomposição aeróbica.Dentro de um ano, os resíduos transformam-se em adubo rico em matéria orgânica e livre de microorganismos. O Bason pode ser instalado no interior das casas ou em um banheiro externo.Além de ter uma construção barata e simples, não requer a utilização de água para eliminar os dejetos humanos nem polui o solo ou lençóis freáticos.
2.1.4.Bioclimática

A Arquitetura Bioclimática é o estudo que busca a harmonização das construções ao clima e características locais. Manipula o desenho e elementos arquitetônicos afim de otimizar as relações entre homem e natureza, tanto no que diz respeito à redução de impactos ambientais quanto à melhoria das condições de vida humana, conforto e racionalização do consumo energético
Telhados verdes: é o plantio de árvores e plantas nas coberturas de residências e edifícios. Através da impermeabilização e drenagem da cobertura dos edifícios, cria-se condições para a execução do telhado verde. Com a implantação desse sistema há a  diminuição da poluição ambiental, o aumento do conforto acústico e térmico na residência , além de melhorar o aspecto visual, da edificação.Porém , apresenta um elevado custo de implantação e manutenção, e caso o sistema não seja aplicado de forma correta, pode gerar infiltração de água e umidade dentro da residência.

Luz Natural: Ao iniciar um projeto residencial, por exemplo, é indiscutível a prioridade de ver a localização do terreno, indicação norte/sul, sol nascente e poente, aproveitando seus benefícios como: sol da manhã nos quartos e sol da tarde em áreas sociais, principalmente áreas de serviço onde necessitam do efeito do sol para secar roupas e outros benefícios.Especificar as aberturas das janelas como tamanhos e localização, ver necessidade de brises verticais ou horizontais, beneficiando a iluminação e também circulação de ar no ambiente e outros mais elementos. A luz do sol é muito importante, estimula e é saudável, mas como dito anteriormente é preciso estudar a localização do terreno para saber se essa radiação solar tem necessidade de entrar na edificação e qual horário, se será controlada ou evitada, pois temos locais que de climas mais frios e outros de clima quente.

3. Discussões
Em posse destes resultados obtidos foi possível obter algumas informações importantes para o projeto, como por exemplo:

As soluções encontradas de arquiteturas sustentáveis são viáveis para a Ecovila;
Através dessas informações,erá possível contribuir para o melhor funcionamento da comunidade;
Foi possível aprimorar o conhecimento sobre arquitetura, sustentabilidade e questões sociais.

4. Conclusões
Como evolução essencial, podemos considerar a aspiração de erigir uma arquitetura, sobretudo, sustentável. Assim, a principal meta do nosso projeto arquitetônico passou a ser a inter-relação entre a construção e o ambiente em seu entorno. Não apenas o efeito estético, mas especialmente o efeito da arquitetura sobre todos os aspectos da vida cotidiana ganha em importância e a insere em um contexto muito mais abrangente do que aquele de um simples projeto a ser executado. Assim, é importante a busca por soluções arquitetônicas sustentáveis e viáveis a ecovila de Aldeia, já que contribui diretamente para o melhor funcionamento da comunidade. A implantação da arquitetura sustentável em ecovilas além de aprimorar o conhecimento sobre arquitetura e sustentabilidade, tem capacidade de produzir interesse da comunidade e uma maior relação entra as questões sociais

5. Biliografia

ATLÂNTICA, Instituto De Permacultura E Ecovilas Da Mata (Org.). Água e esgoto. Disponível em: . Acesso em: 19 jun. 2012.

BUENO, Marcelo. ECOVILA Guia de planejamento de ecovilas. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2012.

CLAREANDO, Ecovila (Org.). A proposta/ visão: Por que viver em uma ecovila?. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2012.

PERIFERIA, Cearah. Alternativas de Saneamento: Bason. Disponível em: . Acesso em: 19 jun. 2012.

SUSTENTÁVEL, Cria Arquitetura (Org.). Produção Responsável de Novas Idéias: Cria Arquitetura Sustentável. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2012.
VERDE, Architetando (Org.). Fossas Verdes. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2012.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seria admiravel poder usufruir de um projeto tao nobre mas como nao poderia deixar de obcerva a maquiagem por tras do belo percebi q nao puseram em pauta a questao do reaproveitamento de materiais q sao deixados no solo como latasgarrafas de vidro e plasticos falta muito para esce projeto atingi o verdadeiro objetivo