Grupo: Adna Porto, Danielle Varjal, Milton Magalhães, Raphael Andrade, Renata Taciana e Rodolfo César.
INTRODUÇÃO
De acordo com Dias (1993), há aproximadamente
cinco milhões de anos, os primeiros seres humanos que habitaram o Planeta enfrentaram
inúmeras dificuldades e desafios, pois "a natureza era mais poderosa que
os homens" e os afetava mais do que era afetada por eles.
Entretanto, no decorrer da história, a
natureza passou a ser utilizada como um instrumento para a retirada de
matéria-prima e, para se atender a essas necessidades, foi-se desenhando uma
equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar. Diferentemente dos outros
seres vivos, o ser humano criou uma fronteira na relação homem-natureza, enquanto
que os outros seres vivos, para sobreviverem, estabeleceram naturalmente o
limite de seu crescimento e consequentemente o equilíbrio com outros seres. Por
isso, é necessário conscientizar e sensibilizar as pessoas, mostrar a
importância de agir responsavelmente, conservando o ambiente saudável no presente
e para o futuro (EFFTING, T. R. , 2007).
Desde a década de 70, as discussões sobre educação
ambiental já ocorriam, porém adquiriram caráter público no cenário brasileiro
em meados da década de 80, com a realização de encontros nacionais,
organizações ambientalistas e incorporação da temática ambiental em outras
atividades. A partir de 1988, a Educação Ambiental se tornou uma
obrigatoriedade constitucional e em 1997 entrou nos parâmetros curriculares
nacionais sob a Lei federal que define a Política Nacional de Educação
Ambiental - PNEA (Lei n. 9.795/1999) (LOUREIRO, C. F. B., 2004).
Para que o conhecimento seja transferido e
atinja a sociedade, a Educação Ambiental implantada nas escolas deve ser um
método que divulga informações e conhecimentos de como cada ser humano pode se
inserir na preservação do ambiente. Ela deve se basear em processos por meio do
qual o indivíduo e a coletividade construam valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente - bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida - e
sua sustentabilidade (EFFTING, T. R. , 2007).
O
enfoque da educação ambiental deve buscar uma perspectiva de ação holística que
relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência o esgotamento
dos recursos naturais, ao passo que coloca o homem como principal responsável pela
degradação ambiental (JACOBI, P. 1998).
A escola, no processo de Educação Ambiental,
deve incentivar o aluno a buscar valores que o conduzam a uma convivência
harmoniosa com o ambiente e com as demais espécies que habitam o planeta, fazendo
uma análise crítica de quais e como acontecem os impactos ambientais em relação
aos recursos naturais e às várias espécies. Deve enfatizar que a natureza não é
fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas
de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reutilização e
reciclagem como processos vitais (EFFTING, T. R. , 2007).
Pensando em unir a teoria da educação ambiental
com a prática, surgiram os CEAVs (Centro de Educação Ambiental Vivenciada), que
nada mais são que a resignificação de uma área, já existente e ociosa,
possibilitando seu uso para um contato direto com o ambiente e aprendizado
sobre questões ambientais.
O Projeto
conhecido como CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VIVENCIADA- CEAV foi lançado e
implementado pela primeira vez em 1989, em Sumaré, município localizado no
interior do Estado de São Paulo. Os primeiros resultados foram observados já no
primeiro ano de sua implantação, com a construção de jardins pedagógicos nos
espaços ociosos das escolas.
OBJETIVOS
GERAL
Criar um CEAV na Escola Municipal da Caxangá.
ESPECÍFICOS
1. Criar
uma horta para utilização dos vegetais na merenda da própria escola;
2. Plantar
mudas de árvores frutíferas em diversas áreas da escola;
3. Resignificar
áreas ociosas existentes na escola;
4. Criar
um espaço de vivência com materiais reutilizáveis para recreação e aprendizagem;
5. Realizar
oficinas com materiais reutilizáveis com os alunos.
JUSTIFICATIVA
Recriar um elo entre os alunos e a
natureza, para que estes se aproximem do ambiente e aprendam na prática como
respeitar a natureza e se beneficiar dos serviços ambientais sem prejudicar o
meio, além de mostrar a importância da releitura de objetos que são
classificados como lixo, observando que na verdade podem ser transformados em
novos objetos e prolongar a vida útil do material ao invés de gerar mais
resíduo na natureza.
METODOLOGIA
Serão realizados 5 encontros
presenciais com os alunos da Escola Municipal da Iputinga (um encontro por semana). Outros encontros serão com os integrantes do grupo a fim de
preparar material para a criação do CEAV. Trabalharemos com os alunos dos 1º,
2º, 3º e 4º ciclos, que correspondem a 1ª a 8ª séries, a pedido da diretora da
escola, que solicitou a inclusão de todas as turmas no projeto.
1º
ENCONTRO
O primeiro encontro foi pensado
apenas para fazer o contato com a escola, em reunião com a diretora, os
coordenadores e os professores da escola, a fim de perceber-se o que poderia
ser feito no ambiente escolar para enriquecer o CEAV proposto pelo projeto.
O segundo encontro será destinado à
entrega do projeto escrito para a diretoria da escola e estudo da área a ser resignificada
para a criação do CEAV. Nesse encontro, serão tiradas fotos do ambiente escolar
para que se percebam quais as melhores áreas e atividades a serem implantadas,
além de fazer um portfólio com as fotos retiradas para compará-las com as fotos
que serão tiradas ao término do projeto.
3º
ECONTRO
O terceiro encontro será destinado
ao primeiro contato com os alunos. Neste encontro será feita uma dinâmica com
eles, na qual haverá caminhada com pequenos grupos pelas dependências da escola
para que eles apresentem a escola, focando nos espaços dos que eles mais gostam
e dos que eles menos gostam. Ao término desta dinâmica, receberão explicação sobre
a realização do projeto na escola e sobre como melhorar os espaços dos quais
eles dizem não gostar tanto focando em soluções que serão propostas por eles
mesmos. Neste encontro, também será iniciada a preparação da área onde será
implementada uma horta, que servirá tanto para a própria utilização das
hortaliças na merenda, diminuindo assim gastos da escola, quanto para uma
vivência maior com a natureza, podendo utilizar esse espaço também para aulas
práticas seguindo os passos propostos pela ecopedagogia. Neste primeiro
encontro com os alunos, será fornecido um jarro feito com garrafa PET para cada
um levar para casa com um pé de feijão para que observem o crescimento de sua
plantinha e tragam no último encontro para que seja observado como estão as
mudas e replantá-las na escola, essa atividade será proposta para que eles
percebam que podem ser responsáveis por uma mudança no ambiente através de
simples cuidados.
4º
ENCONTRO
No quarto encontro, serão feitas
oficinas com os alunos ensinando-os a reutilizar materiais que são muitas vezes
já considerados como lixo. Através dos objetos criados nessas oficinas será
montado um espaço de vivência para que eles utilizem para o lazer no horário do
recreio e percebam que os objetos que estão proporcionando bons momentos para
eles foram considerados inutilizados por outras pessoas. A criação desta área
foi incentivada pela diretora da escola, que observou que os alunos são muito
participativos e respeitam qualquer modificação feita no ambiente escolar,
conservando-as. Junto a essas oficinas, as atividades na horta também serão
realizadas. Cuidados com a horta, verificação do crescimento dos vegetais e
plantação de algumas mudas de árvores frutíferas próximas à horta também serão
realizados neste quarto encontro.
5º
ENCONTRO
No último encontro com a escola
haverá a finalização do projeto com a inauguração do CEAV criado, com
atividades recreativas utilizando a área resignificada. Neste encontro também
será feita a montagem de um mural com fotos do antes e depois da escola e com
mensagens dos alunos sobre o que eles acharam das mudanças feitas no ambiente.
OFICINAS
·
Flores com garrafas PET,
·
Cortinas com PET e CDs utilizando naylon,
·
Pufs com PET,
·
Horta vertical com PET,
·
Carrinhos com PET e embalagens de material de
limpeza,
·
Penduricalhos
com PET,
·
Mural
com tampinha de pet ou anel de latinha (para colarmos fotos do antes e depois
da escola e para que os alunos escrevam o que acharam).
Os objetos produzidos nas oficinas servirão para montar o
espaço de vivência e lazer para os alunos e os que quiserem poderão levar para
casa os objetos que produziram, podendo assim, disseminar o conhecimento que
adquiriram no projeto.
RESULTADOS
ESPERADOS
Espera-se contribuir com o aprendizado, e sensibilizar os
estudantes de forma que, o que for ensinando a eles, possa ser multiplicado,
pelos próprios, quando estiverem nas comunidades que moram.
Com a proposta do projeto pretende-se recriar, com os
alunos, o elo que vem sendo perdido entre o homem e a natureza, proporcionando
um maior contato com o ambiente natural espera-se, portanto possibilitar na
escola pública uma área de convivência, na qual os alunos possam ter esse
ambiente para lazer e aprendizado.
Fazer com que os
alunos pensem em reduzir e reutilizar materiais como: plásticos, papéis,
retalhos e outros que poderiam ser reformados para construção de objetos com
fins individuais, comunitários e econômicos.
RESULTADOS
OBTIDOS
Os resultados esperados foram alcançados com êxito.
Percebemos que os alunos que participaram da atividade realmente passaram seus
conhecimentos adiante, para seus parentes e para a comunidade, visto que
apareceram vários pais na escola interessados em conhecer o projeto e querendo
participar.
Os alunos realmente mostraram uma satisfação em mexer com
a terra, plantar e cuidar das plantas. Essas atitudes mostram que pelo menos
inicialmente foi resgatado uma ligação com a terra que algum dia já foi existente
na vida deles e, eles se mostraram muito felizes por estarem fazendo essas
atividades e se comprometeram de continuar cuidando da horta e do espaço mesmo
após o término do projeto.
O espaço criado para eles foi de agrado a todos. Os
professores se mostraram muito satisfeitos por terem agora uma área onde
poderiam realizar aulas práticas com os alunos. O projeto deu um “pontapé”
inicial no ativismo da educação ambiental da escola, pois ao sairmos no término
do projeto recebemos um convite da direção da escola para continuarmos com as
atividades e a escola iria pedir um apoio à prefeitura para oferecer uma melhor
estrutura para expandir o CEAV criado.
As oficinas proporcionadas fizeram os alunos atentarem
para a reutilização de materiais descartáveis e a quantidade de matérias desse
tipo que são jogados no ambiente e que podem deixar de ser “lixo” para
tornar-se brinquedos, utilidades, móveis, etc. Essas oficinas também chamaram a
atenção dos alunos por mostrar que eles próprios podem fazer seus brinquedos
sem gastar nada e isso mostrou grande satisfação dos mesmos.
CONCLUSÕES
O presente trabalho promoveu uma interação e socialização
de estudantes das próprias turmas da escola criando uma aproximação e ampliando
os laços de amizade entre eles.
Os alunos vivenciaram aprendizados quanto aos trabalhos
de cooperação e dedicação para deixar uma área bastante atraente,
principalmente nas atividades da horta e das oficinas.
Percebemos que trabalhos de educação ambiental não tem
resultados esperados a curto prazo e que trabalhar cooperação e sensibilidade
para alunos de escolas municipais requer dedicação, esforço e aprendizado do
próprio grupo, principalmente em saber se moldar para atrair a atenção dos
alunos.
CRONOGRAMA
Atividades
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23/04 a 04/05
|
07/05 a 11/05
|
14/05 a 18/05
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21/05 a 25/05
|
28/05 a 31/05
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PREPARAÇÃO
DO MATERIAL
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X
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ENCONTRO 1
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X
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ENCONTRO 2
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X
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ENCONTRO 3
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|
X
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ENCONTRO 4
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|
X
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ENCONTRO 5
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|
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X
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REUNIÃO
COM TODO O GRUPO PARA DISCUSSÕES
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X
|
X
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X
|
X
|
X
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FINALIZAÇÃO DO PROJETO
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|
X
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BIBLIOGRAFIA
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas.
São Paulo, Gaia, 1993.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL MEC,
Coordenação "A implantação da
Educação Ambiental no Brasil", 1998.
EFFTING, T. R. Educação Ambiental nas Escolas Públicas:
Realidade e Desafios. Marechal Cândido Rondon, 2007. Monografia (Pós
Graduação em “Latu-Sensu” Planejamento Para o Desenvolvimento Sustentável) –
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus
de Marechal Cândido Rondon, 2007.
LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental transformadora. In: LAYRARGUES, P. P. (org.) Identidades
da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004
JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania:
reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998.
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