domingo, 8 de julho de 2012

Criação de um Centro de Educação Ambiental (CEAV) em uma escola pública municipal


Grupo: Adna Porto, Danielle Varjal, Milton Magalhães, Raphael Andrade, Renata Taciana e Rodolfo César.

INTRODUÇÃO

De acordo com Dias (1993), há aproximadamente cinco milhões de anos, os primeiros seres humanos que habitaram o Planeta enfrentaram inúmeras dificuldades e desafios, pois "a natureza era mais poderosa que os homens" e os afetava mais do que era afetada por eles.
Entretanto, no decorrer da história, a natureza passou a ser utilizada como um instrumento para a retirada de matéria-prima e, para se atender a essas necessidades, foi-se desenhando uma equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar. Diferentemente dos outros seres vivos, o ser humano criou uma fronteira na relação homem-natureza, enquanto que os outros seres vivos, para sobreviverem, estabeleceram naturalmente o limite de seu crescimento e consequentemente o equilíbrio com outros seres. Por isso, é necessário conscientizar e sensibilizar as pessoas, mostrar a importância de agir responsavelmente, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro (EFFTING, T. R. , 2007).
Desde a década de 70, as discussões sobre educação ambiental já ocorriam, porém adquiriram caráter público no cenário brasileiro em meados da década de 80, com a realização de encontros nacionais, organizações ambientalistas e incorporação da temática ambiental em outras atividades. A partir de 1988, a Educação Ambiental se tornou uma obrigatoriedade constitucional e em 1997 entrou nos parâmetros curriculares nacionais sob a Lei federal que define a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei n. 9.795/1999) (LOUREIRO, C. F. B., 2004).
Para que o conhecimento seja transferido e atinja a sociedade, a Educação Ambiental implantada nas escolas deve ser um método que divulga informações e conhecimentos de como cada ser humano pode se inserir na preservação do ambiente. Ela deve se basear em processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade construam valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente - bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida - e sua sustentabilidade (EFFTING, T. R. , 2007).
 O enfoque da educação ambiental deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência o esgotamento dos recursos naturais, ao passo que coloca o homem como principal responsável pela degradação ambiental (JACOBI, P. 1998).
A escola, no processo de Educação Ambiental, deve incentivar o aluno a buscar valores que o conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e com as demais espécies que habitam o planeta, fazendo uma análise crítica de quais e como acontecem os impactos ambientais em relação aos recursos naturais e às várias espécies. Deve enfatizar que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reutilização e reciclagem como processos vitais (EFFTING, T. R. , 2007).
Pensando em unir a teoria da educação ambiental com a prática, surgiram os CEAVs (Centro de Educação Ambiental Vivenciada), que nada mais são que a resignificação de uma área, já existente e ociosa, possibilitando seu uso para um contato direto com o ambiente e aprendizado sobre questões ambientais.
O Projeto conhecido como CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VIVENCIADA- CEAV foi lançado e implementado pela primeira vez em 1989, em Sumaré, município localizado no interior do Estado de São Paulo. Os primeiros resultados foram observados já no primeiro ano de sua implantação, com a construção de jardins pedagógicos nos espaços ociosos das escolas.
OBJETIVOS

GERAL

Criar um CEAV na Escola Municipal da Caxangá.

ESPECÍFICOS

1.    Criar uma horta para utilização dos vegetais na merenda da própria escola;
2.    Plantar mudas de árvores frutíferas em diversas áreas da escola;
3.    Resignificar áreas ociosas existentes na escola;
4.    Criar um espaço de vivência com materiais reutilizáveis para recreação e aprendizagem;
5.    Realizar oficinas com materiais reutilizáveis com os alunos.


JUSTIFICATIVA

            Recriar um elo entre os alunos e a natureza, para que estes se aproximem do ambiente e aprendam na prática como respeitar a natureza e se beneficiar dos serviços ambientais sem prejudicar o meio, além de mostrar a importância da releitura de objetos que são classificados como lixo, observando que na verdade podem ser transformados em novos objetos e prolongar a vida útil do material ao invés de gerar mais resíduo na natureza.

METODOLOGIA

            Serão realizados 5 encontros presenciais com os alunos da Escola Municipal da Iputinga  (um encontro por semana). Outros encontros serão com os integrantes do grupo a fim de preparar material para a criação do CEAV. Trabalharemos com os alunos dos 1º, 2º, 3º e 4º ciclos, que correspondem a 1ª a 8ª séries, a pedido da diretora da escola, que solicitou a inclusão de todas as turmas no projeto.

1º ENCONTRO

            O primeiro encontro foi pensado apenas para fazer o contato com a escola, em reunião com a diretora, os coordenadores e os professores da escola, a fim de perceber-se o que poderia ser feito no ambiente escolar para enriquecer o CEAV proposto pelo projeto.
 2º ENCONTRO

            O segundo encontro será destinado à entrega do projeto escrito para a diretoria da escola e estudo da área a ser resignificada para a criação do CEAV. Nesse encontro, serão tiradas fotos do ambiente escolar para que se percebam quais as melhores áreas e atividades a serem implantadas, além de fazer um portfólio com as fotos retiradas para compará-las com as fotos que serão tiradas ao término do projeto.

3º ECONTRO

            O terceiro encontro será destinado ao primeiro contato com os alunos. Neste encontro será feita uma dinâmica com eles, na qual haverá caminhada com pequenos grupos pelas dependências da escola para que eles apresentem a escola, focando nos espaços dos que eles mais gostam e dos que eles menos gostam. Ao término desta dinâmica, receberão explicação sobre a realização do projeto na escola e sobre como melhorar os espaços dos quais eles dizem não gostar tanto focando em soluções que serão propostas por eles mesmos. Neste encontro, também será iniciada a preparação da área onde será implementada uma horta, que servirá tanto para a própria utilização das hortaliças na merenda, diminuindo assim gastos da escola, quanto para uma vivência maior com a natureza, podendo utilizar esse espaço também para aulas práticas seguindo os passos propostos pela ecopedagogia. Neste primeiro encontro com os alunos, será fornecido um jarro feito com garrafa PET para cada um levar para casa com um pé de feijão para que observem o crescimento de sua plantinha e tragam no último encontro para que seja observado como estão as mudas e replantá-las na escola, essa atividade será proposta para que eles percebam que podem ser responsáveis por uma mudança no ambiente através de simples cuidados.

4º ENCONTRO

            No quarto encontro, serão feitas oficinas com os alunos ensinando-os a reutilizar materiais que são muitas vezes já considerados como lixo. Através dos objetos criados nessas oficinas será montado um espaço de vivência para que eles utilizem para o lazer no horário do recreio e percebam que os objetos que estão proporcionando bons momentos para eles foram considerados inutilizados por outras pessoas. A criação desta área foi incentivada pela diretora da escola, que observou que os alunos são muito participativos e respeitam qualquer modificação feita no ambiente escolar, conservando-as. Junto a essas oficinas, as atividades na horta também serão realizadas. Cuidados com a horta, verificação do crescimento dos vegetais e plantação de algumas mudas de árvores frutíferas próximas à horta também serão realizados neste quarto encontro.

5º ENCONTRO

            No último encontro com a escola haverá a finalização do projeto com a inauguração do CEAV criado, com atividades recreativas utilizando a área resignificada. Neste encontro também será feita a montagem de um mural com fotos do antes e depois da escola e com mensagens dos alunos sobre o que eles acharam das mudanças feitas no ambiente.

OFICINAS

·         Flores com garrafas PET,
·         Cortinas com PET e CDs utilizando naylon,
·         Pufs com PET,
·         Horta vertical com PET,
·         Carrinhos com PET e embalagens de material de limpeza,
·         Penduricalhos com PET,
·         Mural com tampinha de pet ou anel de latinha (para colarmos fotos do antes e depois da escola e para que os alunos escrevam o que acharam).

            Os objetos produzidos nas oficinas servirão para montar o espaço de vivência e lazer para os alunos e os que quiserem poderão levar para casa os objetos que produziram, podendo assim, disseminar o conhecimento que adquiriram no projeto.
RESULTADOS ESPERADOS
            Espera-se contribuir com o aprendizado, e sensibilizar os estudantes de forma que, o que for ensinando a eles, possa ser multiplicado, pelos próprios, quando estiverem nas comunidades que moram.
            Com a proposta do projeto pretende-se recriar, com os alunos, o elo que vem sendo perdido entre o homem e a natureza, proporcionando um maior contato com o ambiente natural espera-se, portanto possibilitar na escola pública uma área de convivência, na qual os alunos possam ter esse ambiente para lazer e aprendizado.
            Fazer com que os alunos pensem em reduzir e reutilizar materiais como: plásticos, papéis, retalhos e outros que poderiam ser reformados para construção de objetos com fins individuais, comunitários e econômicos.
RESULTADOS OBTIDOS
            Os resultados esperados foram alcançados com êxito. Percebemos que os alunos que participaram da atividade realmente passaram seus conhecimentos adiante, para seus parentes e para a comunidade, visto que apareceram vários pais na escola interessados em conhecer o projeto e querendo participar.
            Os alunos realmente mostraram uma satisfação em mexer com a terra, plantar e cuidar das plantas. Essas atitudes mostram que pelo menos inicialmente foi resgatado uma ligação com a terra que algum dia já foi existente na vida deles e, eles se mostraram muito felizes por estarem fazendo essas atividades e se comprometeram de continuar cuidando da horta e do espaço mesmo após o término do projeto.
            O espaço criado para eles foi de agrado a todos. Os professores se mostraram muito satisfeitos por terem agora uma área onde poderiam realizar aulas práticas com os alunos. O projeto deu um “pontapé” inicial no ativismo da educação ambiental da escola, pois ao sairmos no término do projeto recebemos um convite da direção da escola para continuarmos com as atividades e a escola iria pedir um apoio à prefeitura para oferecer uma melhor estrutura para expandir o CEAV criado.
            As oficinas proporcionadas fizeram os alunos atentarem para a reutilização de materiais descartáveis e a quantidade de matérias desse tipo que são jogados no ambiente e que podem deixar de ser “lixo” para tornar-se brinquedos, utilidades, móveis, etc. Essas oficinas também chamaram a atenção dos alunos por mostrar que eles próprios podem fazer seus brinquedos sem gastar nada e isso mostrou grande satisfação dos mesmos.
CONCLUSÕES
            O presente trabalho promoveu uma interação e socialização de estudantes das próprias turmas da escola criando uma aproximação e ampliando os laços de amizade entre eles.
            Os alunos vivenciaram aprendizados quanto aos trabalhos de cooperação e dedicação para deixar uma área bastante atraente, principalmente nas atividades da horta e das oficinas.
            Percebemos que trabalhos de educação ambiental não tem resultados esperados a curto prazo e que trabalhar cooperação e sensibilidade para alunos de escolas municipais requer dedicação, esforço e aprendizado do próprio grupo, principalmente em saber se moldar para atrair a atenção dos alunos.

CRONOGRAMA
Atividades
23/04 a 04/05
07/05 a 11/05
14/05 a 18/05
21/05 a 25/05
28/05 a 31/05
PREPARAÇÃO DO MATERIAL


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ENCONTRO 1

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ENCONTRO 2


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ENCONTRO 3



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ENCONTRO 4




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ENCONTRO 5





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REUNIÃO COM TODO O GRUPO PARA DISCUSSÕES



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FINALIZAÇÃO DO PROJETO





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BIBLIOGRAFIA
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1993.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL MEC, Coordenação "A implantação da Educação Ambiental no Brasil", 1998.
EFFTING, T. R. Educação Ambiental nas Escolas Públicas: Realidade e Desafios. Marechal Cândido Rondon, 2007. Monografia (Pós Graduação em “Latu-Sensu” Planejamento Para o Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon, 2007.
LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental transformadora. In: LAYRARGUES, P. P. (org.) Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004
JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998.










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