domingo, 8 de julho de 2012

Caracterização de Aspectos Alimentícios do Centro de Ciências Biológicas da UFPE


Trabalho acadêmico com vistas à aprovação na disciplina, Política e Gestão do Meio Ambiente, ministrada pela Prof.ª Cecília Costa.


Discentes: Daniela Tenorio da Silva - João Jorge da Silva - Juliana Scanoni Silva - Maria Manuela Bandeira  - Mayra Silva de Oliveira - Silvia Caroline Pereira

1.      INTRODUÇÃO


Temas que envolvem o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável como mudanças climáticas e aquecimento global, desmatamento e produção de alimentos, poluição atmosférica e qualidade de vida, que antes só preocupavam especialistas, estão atualmente sendo mais expostos na mídia e já são do conhecimento de grande parte da população. Estes temas têm promovido nas pessoas muitas preocupações sobre o que fazer para minimizar seus impactos ambientais sobre a Terra. Por outro lado, as mudanças na forma de pensar da população são refletidas diretamente nos diversos perfis de consumo relacionados à alimentação, moradia, forma de locomoção, tratamento e concepção do conceito de sustentabilidade.  Um estudo realizado pela empresa multinacional TETRA PARK em 2011 concluiu que o perfil dos consumidores esta mudando rapidamente, tornando-se cada vez mais ambientalmente correto. Esta mudança na forma de pensar dos consumidores é refletida principalmente na alimentação (NEVES, CHADDAD, LAZZARINI, 2002 apud BORGES & LIMA FILHO, 2004). Há uma tendência de introdução de alimentos mais saudáveis e sustentáveis na dieta da população. Porém, as mudanças de hábitos alimentares são processos complexos, que dependem de múltiplos fatores, incluindo o econômico, o biológico, o social e o cultural. O primeiro tem influência decisiva na ingestão de frutas e hortaliças, pois estudos realizados mostram que dietas com alta quantidade de vegetais tendem a ser mais caras, impondo uma restrição econômica para famílias de baixa renda (CLARO & MONTEIRO, 2010).
Universidades onde há uma maior circulação de informações científicas relacionadas à sustentabilidade ambiental tendem a ter um público ainda mais informado e atuante frente às práticas ambientalmente corretas. Assim, é de se esperar que a consciência ambiental nestes centros de ensino seja aplicada de forma mais efetiva. Contudo, as universidades públicas não são bem uma alternativa financeiramente viável de ensino para as classes mais baixas, pois existem custos adicionais que dificultam a permanência dos alunos, como despesas relacionadas ao material didático, fotocópias, transporte e principalmente alimentação. A maioria dos alunos cumpre cargas horárias que se estendem por mais de um turno na instituição de ensino, e tem que se alimentar nas proximidades da universidade, procurando uma melhor combinação de preço, qualidade e acesso do local de alimentação (BORGES & LIMA FILHO, 2004). Como nem todos têm condições de realizar suas refeições corretamente todos os dias da semana, acabam optando por alternativas pouco saudáveis, como frituras. É possível que nesta rotina, os impactos causados pelo processo de produção destes alimentos sejam consideravelmente altos e, portanto prejudicial à saúde humana e ambiental.
Estudos sobre os hábitos alimentares, assim como os fatores que determinam a escolha de um estabelecimento, são essenciais na avaliação do quanto à consciência ambiental é aplicada pela comunidade. Neste trabalho tratamos da caracterização do consumo alimentar no Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Federal de Pernambuco, como indicativo da influência da consciência ambiental na rotina dos frequentadores deste centro, dando ênfase nas análises dos próprios alunos de biologia, que em teoria dispoem de maior conhecimento sobre o assunto. Julgamos ainda que o bem estar propiciado por uma alimentação que seja financeiramente mais acessível e saudável é refletido, de maneira positiva, em todas as relações socioambientais dos indivíduos envolvidos.

2. OBJETIVOS

  2.1 Geral

            Caracterizar o perfil alimentar das pessoas que frequentam o CCB, quanto a aplicação da consciência ambiental em suas refeições, através do tipo de alimento que consomem, e aos locais preferíveis para realização das mesmas.

  2.2 Específicos


ü  Identificar o perfil da dieta da comunidade do CCB;
ü  Verificar se a consciência ambiental influencia na escolha do alimento e do local das refeições dos frequentadores do CCB;
ü  Verificar o custo-benefício dos restaurantes nas áreas adjacentes ao CCB, assim como os restaurantes mais frequentados pela comunidade do CCB e o tipo de comida que eles oferecem;
ü  Verificar o nível de satisfação dos frequentadores do CCB em relação ao único restaurante do centro;
ü  Proporcionar um Almoço Solidário, com o intuito de criar novas opções de refeições á comunidade do CCB.
           

3. METODOLOGIA


O estudo foi conduzido no Centro de Ciências Biológicas (CCB), localizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Campus Recife. A comunidade acadêmica do CCB foi o alvo da pesquisa e é composta por alunos (graduação e pós-graduação), professores, técnicos e funcionários dos quais, muitos chegam a passar o dia inteiro na universidade.

3.1 Questionário

Para reunir dados sobre a dieta alimentar, os locais de consumo e a preocupação das pessoas com o que está sendo consumido tomamos como ‘refeição-referência’, o almoço. Foi aplicado um questionário (Apêndice A), que contém perguntas objetivas (para facilitar a padronização das respostas) a respeito do local de preferência para fazer as refeições, tipo de dieta, motivação de escolha do estabelecimento, consciência ecológica na escolha dos produtos, tempo disponível para almoçar, entre outras.
As análises foram feitas com professores, funcionários e alunos de pós-graduação e graduação, sendo abordados nos laboratórios de pesquisas, nos corredores e áreas de convivência do CCB.

3.2 Pesquisas nos Restaurantes dentro e próximo da UFPE

Para avaliação do custo-benefício dos restaurantes frequentados pelos entrevistados, foi cronometrado o tempo gasto no deslocamento (a pé), tendo como ponto de partida o CCB e chegada os restaurantes localizados mais próximos do centro e outros mais distantes, incluindo o Restaurante Universitário (RU). Também foi pesquisado o preço por Kg e/ou ‘prato feito’ e o tipo de comida que estes estabelecimentos oferecem.
Também foram relacionados o tempo do deslocamento e a disponibilidade de tempo do aluno, além do tipo de alimento oferecido com o preço do almoço dos estabelecimentos pesquisados, com o intuito de verificar sua acessibilidade aos frequentadores do CCB.
Como neste centro há apenas uma opção para refeições, foi avaliado o que mais interfere na escolha deste estabelecimento, entre as variáveis: localização, qualidade e preço.

3.3 Almoço Solidário

Para oferecer uma nova oportunidade dentro das opções de almoço e promover um momento de convivência com a comunidade do centro, foi promovido um Almoço Solidário, onde as pessoas que participaram levaram algum tipo de comida, que foi compartilhada com todo o grupo. Este almoço foi divulgado previamente, por meio de cartazes e redes sociais, sendo foi oferecido às pessoas interessadas o contato dos organizadores para que pudessem tirar suas dúvidas sobre o evento. Desta forma, foi possível avaliar a aceitação deste evento pelo público, através da quantidade de pessoas que o frequentaram, e para avaliar o grau de satisfação dos participantes, os mesmos atribuíram notas de 0 a 10 e deixaram seus comentários e sugestões.

3.4 Divisão do Grupo

O grupo responsável pela execução do projeto foi composto por seis pessoas, as quais foram subdivididas em dois grupos de três pessoas, onde cada grupo ficou responsável por determinada parcela do projeto para que houvesse otimização do trabalho e uma efetiva execução (Tabela 1).
Tabela 1 - Divisão do grupo para a realização do projeto.
Grupo 1
Alunos
Atividades que foram realizadas
Daniela Tenório
- Cronometragem da distância entre o CCB e outros restaurantes;
- Elaboração do Almoço Solidário.
João Jorge
Mayra Silva
Grupo 2
Juliana Scanoni
- Aplicação dos questionários;
- Pesquisa dos preços dos restaurantes;
- Análise dos dados obtidos.
Maria Manuela
Silvia Caroline

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO


O total de entrevistados foi de 185, porém a quantidade de respostas por pergunta variou de acordo com os entrevistados, já que nem todos responderam o questionário por completo, variando por questão de 94 a 185 respostas. Os entrevistados foram classificados por curso ou função, sendo 136 alunos de graduação – Odontologia (1), Terapia Ocupacional (5), Educação Física (5), Licenciatura em Ciências Biológicas (3), Fisioterapia (4), Biomedicina (16), Bacharelado em Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais (65), Nutrição (3), Bacharelado em Ciências Biológicas (34) – 26 alunos de pós-graduação, nove professores, seis funcionários e oito não responderam suas funções.  

4.1 Questionário



A partir das respostas das perguntas é possível verificar que os entrevistados, mesmo estando em um ambiente acadêmico que proporciona uma maior circulação de informação sobre preservação ambiental, aplicam pouco esses conhecimentos no seu dia-a-dia. Da pergunta 6 à 10, os entrevistados são questionados sobre como escolhem o seu alimento e o estabelecimento em que realiza suas refeições. Apenas 30%* preferem restaurantes que usam copos de vidros e que oferecem alimentos integrais e/ou orgânicos, pois o fator definidor do estabelecimento para a refeição é o preço, com 36% das respostas (Figura 1), e não as prioridades ambientais que este estabelecimento possui. Essa escolha dos entrevistados é importante, pois 65,5%* destes almoçam diariamente em restaurantes, ou seja, o impacto ambiental causado pelos estabelecimentos tem de alta magnitude.

    Assim, para diminuir o impacto causado por estes estabelecimentos, é necessário que seus frequentadores incluam fatores ambientais na escolha do estabelecimento, por exemplo, a não utilização de descartáveis e presença de alimentos de qualidade. Quando questionados sobre a preferência entre garrafas de vidro e latas metálicas, 71,4%* preferiram as garrafas de vidro. Também foi questionada a preferência por sucos e pela destinação correta dos alimentos após o consumo, e aproximadamente 70% respondeu positivamente a essas perguntas. A dieta vegetariana também é responsável por diminuição no impacto ambiental dos alimentos, porém apenas 3,8%* dos entrevistados aderiram a este tipo de dieta. A forma de locomoção até os restaurantes é principalmente andando (72,9%*), a menor forma de impacto ambiental quando comparado com carro e ônibus.

Mais da metade dos entrevistados passam mais de 8 horas dentro do campus da universidade isso leva os estudantes, professores e outros funcionários a fazerem suas refeições nas instalações da universidade (Figura 2). Dos 150 que responderam a questão 12, quase 50% fazem pelo menos uma refeição na UFPE - 32% fazem duas refeições e 12% até três refeições (Figura 3).   A pergunta 11, sobre o intervalo de tempo que cada pessoa tem para almoçar, permite estabelecer uma relação entre a distância e o tempo, sendo levados em consideração os refeitórios próximos à universidade.  O resultado obtido mostra que cerca de 40% (figura 6) tem uma hora de almoço, que é conveniente para 11 dos 14 restaurantes que foram cronometrados o tempo de ida e volta - levando em consideração um tempo hábil para uma refeição tranquila, onde dentro de 60 minutos, até 20 minutos são gastos na locomoção (ida e volta), 10 minutos (no máximo) esperando a comida ou nas filas do self-service e 30 minutos para comer.

No CCB, o atual restaurante presta serviços para pelo menos 50%* dos frequentadores do centro, não por oferecer alimentos mais saudáveis ou qualquer outro benefício, mas por ser o mais próximo do ambiente de trabalho/estudo de todos**. Diante disso, foi quase unânime  (aproximadamente 95%* dos entrevistados – Figura 5) a aceitação da proposta de um novo estabelecimento dentro do CCB para que todos tenham uma segunda opção alimentícia já que o índice de satisfação com o atual prestador do serviço é baixo, principalmente no fator preço (ver Tabela 2). E frente a uma clara vontade de democratização do setor alimentício do centro, 98%* dos entrevistados marcaram a opção 'sim' quando a pergunta foi "Você assinaria um abaixo-assinado para a melhoria das opções de alimentação no CCB?", o que mostra que é uma mudança que deve ser feita para melhorar a estadia dos alunos, professores e funcionários dentro da universidade (Figura 5). E para dar início a algo novo nesse setor, foi planejado e realizado o almoço solidário no dia 25 de maio do decorrente ano.

*Valores do total de entrevistados foram, respectivamente, 152, 139, 146, 157, 181, 177, 185, 155 e 148.
**Referente ao público alvo do trabalho, os frequentadores do CCB.






Tabela 2 - Medida do grau de satisfação dos clientes do restaurante do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Pernambuco, obtida através de questionários, com nota de 1 a 10. Consideradas apenas as respostas dos frequentadores do restaurante do CCB. As notas são referentes às médias (N = 94).
CATEGORIAS
NOTAS
Distância
Horário das Refeições
Qualidade
Atendimento
Tipo de Comida
Preço
9,3
7
6,3
6,3
6,3
1,7



4.2 Pesquisas nos Restaurantes dentro e fora da UFPE


Avaliação alimentícia
Foi cronometrado o tempo de deslocamento do CCB a outros estabelecimentos que servem almoço, com um total de 14 restaurantes (Tabela 3), com o marco zero na frente do CCB.

Tabela 3 - Cronometragem de deslocamento do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Pernambuco a outros estabelecimentos que servem almoço dentro e fora da universidade.
LOCAL
TEMPO DE IDA E VOLTA
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
14 minutos - ÔNIBUS CIRCULAR UFPE
36 minutos - ANDANDO
SUDENE
14 minutos
DAMUC
10 minutos
LIKA
6 minutos
CHEF PLATÃO - CFCH
26 minutos
RECANTO DA VÁRZEA
36 minutos
SHANTI/ DRAGÃO ORIENTAL/
ALMOÇO CASEIRO/ BARACHO
16 minutos
ARRIÉGUA/ PAIDÉGUA
20 minutos
DIVINO GOSTO/ CORAÇÃO DE ESTUDANTE
14 minutos



Os dados mostraram que o restaurante do LIKA foi o estabelecimento que possui o tempo mais curto para deslocamento com 6 minutos (tempo de ida e volta), seguido do DAMUC com 10 minutos (tempo de ida e volta) e ambos estão localizados dentro da UFPE. Já os restaurantes que apresentaram menor tempo para deslocamento que estão localizados fora da UFPE são: SUDENE, Divino Gosto e Coração de Estudante com 14 minutos (tempo de ida e volta).  Os estabelecimentos que precisam de maior tempo para o deslocamento foram: O Restaurante Universitário (RU) com 36 minutos (tempo de ida e volta) e Recanto da Várzea também com 36 minutos (tempo de ida e volta), localizados dentro e fora da UFPE, respectivamente.
Na avaliação do custo-benefício dos possíveis restaurantes frequentados pelos entrevistados, foi anotado o preço por Kg ou ‘prato feito’ que estes estabelecimentos oferecem.  No total foram visitados 29 restaurantes (Tabela 4), dentre estes 7 se encontram dentro do Campus e os outros 22 estão localizados fora da UFPE.

Tabela 4 - Preço por quilograma e ‘prato feito’ dos restaurantes dentro e fora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em reais (R$).
Restaurantes dentro da UFPE
Preço (Kg)
Prato feito
Basco da Área II
15,99
-
CAC e CCB – Sinhá Pimenta
22,80
-
CCSA/CFCH – Chef Platão
23,70
-
CTG – Planeta Refeições
21,80
-
LIKA
17,99

Restaurante Universitário (RU)

3,00

Restaurantes fora da UFPE
Preço (Kg)
Prato feito
Associação dos Professores do IFPE (Instituto Federal de Pernambuco)
17,00
-
Algo Mais
25,90
-
Paid´egua e SUDENE
19,90
-
Divino Gosto
22,00

Da Chita
-
4,00
Cantinho da Maria
-
4,50
Baracho e Shanti
-
5,00
Almoço Caseiro, Lucas Bar Amigão, Point Universitário, Bar da Kelly, Margarida
-
6,00
Budega Chinesa, Com Café, Benedita*, Meire, Dragão Oriental
-
7,00
Chinalee
-
7,50
Dragão Expresso e PicanhaS
-
8,00

Como resultados foram observados que o estabelecimento Chef Platão (CCSA/CFCH) apresentou o valor mais alto de preço por Kg custando R$ 23,70, contrapondo o Basco da Área II que possui o valor mais baixo custando R$ 15,99, ambos funcionam dentro do Campus. Outra observação é que o Restaurante Universitário (RU) é o único estabelecimento dentro da UFPE que serve almoço tipo prato feito com valor de R$ 3,00 para alunos cadastrados. Já nos estabelecimentos fora do Campus os preços variaram entre R$ 17,00 por Kg na Associação dos Professores do IFPE e R$ 25,90 por Kg no Algo Mais, para aqueles que servem prato feito os valores se encontram entre R$ 4,00 e R$ 8,00 para os respectivos estabelecimentos, Da Chita e Dragão Expresso/ Picanhas.
Além do preço foram questionados, nestes estabelecimentos, que tipo de alimentos eles oferecem se tem orgânicos, integrais e se os sucos são de frutas naturais ou polpas. Como resultados, foram observados que nenhum dos restaurantes que funcionam dentro da UFPE disponibiliza de alimentos orgânicos em seu cardápio, sendo oferecidos como alimentos mais saudáveis, os integrais.  Quanto à origem do suco, os resultados apontam que os restaurantes oferecem ambas as opções, ou seja, sucos naturais e polpas.
Como já foi mencionado, na avaliação realizada sobre o tempo do deslocamento e a disponibilidade de tempo do aluno para realizar sua refeição (Figura 6), observou-se que 42,9% dos entrevistados têm em média 1h para almoçar e aproximadamente 10% têm apenas 30 minutos, ou seja, o tempo torna um fator importante na tomada de decisão sobre a escolha do local para almoçar.


 

4.3 Almoço Solidário

Realizado no dia 25 de maio de 2012 na área de convivência do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aproximadamente entre as 12 e às 14 horas, o Almoço Solidário obteve um total de 23 participantes que, em sua maioria, contribuíram com alimentos. Entre os alimentos servidos encontravam-se: Arroz branco e integral, purê de batatas, macarrão, salada crua, salada russa, estrogonofe, ovo cozido, sanduíche natural de atum, feijoada, sucos da fruta e refrigerantes. Apesar do apelo realizado junto aos participantes para que trouxessem seus pratos, copos e talheres, fez-se necessário o uso de descartáveis, entretanto em pouca quantidade.
Foi solicitado aos participantes que opinassem e desses uma nota de zero a dez para o Almoço Solidário. Dos 23 participantes, 18 deram nota dez, 1 deu nota nove e meio, 2 deram nota nove e 2 não deram notas. Quanto às opiniões dos participantes verificaram-se muitas sugestões: “repetir mais vezes”, “melhorar a divulgação”, “usar menos descartáveis”, “aumentar o número de participantes para reduzir o custo” e alguns elogios: “muito boa a iniciativa”, “estimula mais eventos como esse”, “gostei muito do purê de batata, feijoada”.
O objetivo de proporcionar uma alternativa de alimentação no CCB e um momento de descontração e convivência foi plenamente alcançado. O momento foi agradável para todos os participantes inclusive para outras pessoas que não estavam participando e que no final foram servidas. Alunos e um professor, que tiveram o prazer de participar deste primeiro Almoço Solidário do CCB vivenciaram a possibilidade de diversificação do local e tipo de alimentação combinando com um momento de compartilhamento de alimentos e experiências nas 2 horas do Almoço Solidário. As expressões de surpresa e alegria registradas em fotos (Apêndice B) comprovam a riqueza social do evento.

6. CONCLUSÕES


Foi constatado que nas proximidades da UFPE ocorrem várias opções de alimentação, no qual a maioria não utiliza produtos orgânicos e integrais, mas que alguns estabelecimentos também oferecem estas opções. Há uma grande variedade de preços entre os restaurantes consultados, mostrando assim, que existem várias opções alimentícias, porém a maioria é distante do CCB. Também foi caracterizado que a distância ao local de alimentação foi um fator determinante na escolha dos usuários, expondo que a preocupação com a alimentação muitas vezes é substituída pela proximidade e/ou facilidade de acesso. A distância ao local de alimentação foi um fator determinante na escolha dos usuários, expondo que a preocupação com a alimentação muitas vezes é substituída pela proximidade e/ou facilidade de acesso.
A insatisfação dos frequentadores do centro com a única opção alimentícia, o Sinhá Pimenta, foi muito alta nas quais as notas recebidas nos quesitos como preço, qualidade, tipo de comida e atendimento ficaram abaixo de 7. Os usuários também se mostraram dispostos a assinar um abaixo-assinado reivindicando mudanças alimentícias para o centro.
Também foi caracterizado que mesmo com o contato mais direto dos frequentadores do CCB com a problemática ambiental, que em comparação a outros centros da UFPE, eles apresentam de média a baixa preocupação com itens como geração de resíduos, caracterizado pela baixa preferência ao uso de copos de vidro aos de plásticos, no qual estes não são reutilizáveis, e segurança alimentar, caracterizada pela baixa ou nenhuma preferência por alimentos orgânicos e integrais.
            O almoço solidário se mostrou uma boa iniciativa, no qual a maioria aprovou como uma iniciativa por ter novas opções de alimentação, ser financeiramente mais viável e promover o contato interpessoal entre os frequentadores do centro, porém também foi verificado que o almoço deve ser melhor divulgado. 

 

7. BIBLIOGRAFIA


BORGES, C. & LIMA FILHO, D. O. Hábitos alimentares dos estudantes universitários: um estudo qualitativo.VII SEMEAD – Seminários de Administração, USP, 11p., 2004.

CLARO, Rafael Moreira & MONTEIRO, Carlos Augusto. Renda familiar, preço de alimentos e aquisição domiciliar de frutas e hortaliças no Brasil. Revista de Saúde Pública, vol. 44, n° 6, p. 1014-20, 2010.

Diante de um consumidor cada vez mais exigente, empresas precisarão ter mais transparência e capacidade de dialogar com seus públicos. Rede da Sustentabilidade. Acessado em 01/05/2012, disponível em: http://www.sustentabilidade.org.br/conteudos_sust.asp?scateg=297.

Consumidor está mais sustentável, diz a pesquisa. Acessado em 03/05/12, disponível em: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/consumidor-esta-mais-sustentavel-diz-pesquisa.

APÊNDICE A




CURSO:__________________________
PERÍODO:_____

1.    Onde almoça?
(  ) restaurante (  ) traz de casa
2.    Qual sua dieta? (  ) onívoro (  ) vegetariano
3.    Quantas vezes você almoça em restaurantes? _____
4.    Como você escolhe o restaurante? (  ) tanto faz
(  ) preço (  )distância (  )qualidade (  ) tipo de comida
5.    Como vai para o restaurante?
(  ) circular (  ) carro (  ) andando (  ) ônibus
6.    Prefere restaurantes que usam copos de vidro?
(  ) sim (  ) não (  ) tanto faz
7.    Prefere restaurantes que possuam produtos Orgânicos e/ou Integrais?
 (  ) sim (  ) não (  ) tanto faz
8.    Qual bebida prefere?  (  ) refrigerante (  ) suco
9.    Prefere (   ) garrafas de vidro ou (  ) lata?
10.  Se preocupa com o destino final dos alimentos do restaurante que frequenta?
 (  ) Sim (  ) Não
11.  Passa quanto tempo na UFPE? _________________
12.  Quantas refeições faz na UFPE? ________________
13.  Quanto tempo em média tem para almoçar? _____
14.  Almoça ou lancha no restaurante do CCB? (  ) Sim (  ) Não
15.  Qual principal motivo de comer no restaurante do CCB?
(  ) preço (  )distância (  )qualidade (  ) tipo de comida
16.  Qual sua satisfação em relação ao restaurante do CCB?  Dê nota de 0 a 10.
(____) preço (____) distância (____) qualidade (____) tipo de comida (____) atendimento (____)  horário das refeições (___)
17.  Gostaria de outra opção de alimentação no CCB?
(  ) sim (  ) não (  ) tanto faz
18.   E qual seria o tipo de comida de sua preferência? _____________________________________

19.   Acha que o restaurante do CCB é acessível (preço) aos alunos?
     (   ) sim (  ) não

20.  Você assinaria um abaixo-assinado para a melhoria das opções de alimentação no CCB?
(  ) sim  (  ) não  (  ) tanto faz
21.  Se houvesse um Almoço Solidário, onde cada um traria um prato, você participaria?
      (   ) sim (  ) não







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