quarta-feira, 30 de junho de 2010

E a Educação Ambiental na Periferia?

Estamos vivendo um tempo em que o meio ambiente é um dos temas mais discutidos, por conta dos diversos problemas e impactos que vem se observando na natureza devido à ação humana. Mas, vale ressaltar que a problemática ambiental não se restringe aos impactos nos ambientes naturais. A pobreza, o desemprego, as epidemias, as moradias insalubres, a desigualdade e exclusão social da maioria da população, também fazem parte da nossa vida e são problemas ambientais. Diante dessa questão e inserida nesse contexto temos a educação ambiental, que tradicionalmente é tratada em sala de aula abordando a ecologia como um conjunto de conhecimentos científicos e campanhas utópicas de proteção ao meio ambiente. E normalmente as questões sociais são deixadas de lado.

Trazendo esse ponto para a realidade das populações mais pobres, percebemos o quanto o assunto se torna problemático. Dizem que o povo pobre, excluído não tem sequer interesse na temática ambiental, o que não é bem verdade. O povo em geral não tem a menor idéia de desenvolvimento sustentável ou dinâmica dos ecossistemas, mas na realidade possuem uma vivência direta e dramática com as piores "desgraças ambientais" existentes. O fato é que não adianta tentar explicar ecologia, aquecimento global, poluição, desflorestamento, buraco na camada de ozônio para pessoas que são as últimas responsáveis por qualquer um desses problemas e que já convivem com tantos outros no seu dia a dia.

É de fundamental importância na implantação de um programa de educação ambiental analisar o conhecimento ambiental popular de acordo com o contexto do lugar. Devem ser consideradas as condições de cada região, a história de cada comunidade particularmente. Devem ser trabalhados os problemas que afetam mais diretamente a vida dessas pessoas e o que cada um dentro da própria comunidade pode fazer para melhorar o ambiente em que vivem.

Essa educação ambiental popular deve se basear em projetos populares que considerem as reais necessidades e aspirações do povo para o povo, para que não seja controlada por aqueles que querem a manutenção do sistema e da ordem social que privilegia apenas a um pequeno grupo. Deve promover a capacidade de tomada de decisão dos moradores junto a "atores sociais" envolvidos nos mais variados contextos. Deve-se recriar o próprio saber e não apenas acumular conhecimentos fragmentados e distantes de seu cotidiano, proporcionando a experiência prática relacionada com o desenvolvimento de soluções ambientais sustentáveis.

É preciso garantir que as comunidades carentes tenham informações sobre seus direitos e alternativas, para que possam compreender o seu mundo e dar o passo para uma cidadania mais plena, criando cidadãos atuantes e críticos quanto sua trajetória social em defesa à busca por um ambiente digno para se viver, buscando as soluções mais adequadas para os problemas vivenciados.




Postado por:Leandro Santos, Luann Ribeiro, Natalia Sousa, Sueny e Dione Ventura.

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