terça-feira, 17 de novembro de 2009

Comunicação Não-Violenta (considerações)

Considerações sobre o texto de Marshall B. Rosenberg.
Para ler o texto na íntegra clique aqui.
A Comunicação Não-Violenta (CNV) é um modelo que prevê uma comunicação mais suave e tranqüila entre as pessoas. Ela busca uma forma mais justa de comunicação, em que as pessoas podem saber como estão fazendo outras se sentirem, que necessidades essas pessoas têm e quais são as demandas que vêm delas. Através dessas trocas de informações de observações, sentimentos, necessidades e demandas (que constituem os quatro pilares da CNV), as pessoas tendem a ter uma convivência mais justa, mais compartilhada e com menos conflitos, atendendo a muitas necessidades do ser humano. Não diria que é um modelo necessário e completo para se ter uma comunicação legal, mas ajuda bastante. Funciona bem. Já usei algumas vezes esse método e observei bons resultados.
Segundo o texto: “Quando usamos este modelo, podemos começar tanto por expressar-nos, quanto por ouvirmos o outro com empatia.” Pra mim, empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar d@s outr@s, é tentar enxergar como @s outr@s enxergam. Quando fazemos isso nos aproximamos das pessoas e conseguimos entender melhor o que está acontecendo com elas. E também: “é possível experimentar todas as quatro partes do modelo sem dizer uma única palavra. A essência do CNV está baseada em nossa consciência desses quatro elementos, não em palavras que sejam trocadas.” Isso é muito interessante, porque o olhar fala muito também, os gestos falam muito. E entender @s outr@s só a partir disso acredito que seja melhor do que com troca de palavras as vezes. As palavras têm significados subjetivos, podem ser mal-interpretadas. E nem sempre conseguimos nos expressar e interpretar exatamente o que outras pessoas querem dizer, o mesmo vale para @s outr@s.
Nesse modelo, generalizar e apontar a crítica à pessoa não são boas opções. Generalizar é sempre um passo pra fazer a pessoa internalizar o que está ouvindo. Quando dizemos que uma pessoa “nunca” faz o que queremos, ou que “sempre” ela nos decepciona, estamos contribuindo para que a pessoa internalize isso e, embora essas afirmações não sejam verídicas, podem acabar se tornando. Apontar a crítica é uma forma de afastarmos a nossa parte nos processos, a meu ver. Quando criticamos e apontamos isso a alguém, estamos só dizendo que a culpa é d@s apontad@s porque não fazem como queremos. Só que essa é a forma como nós queremos, e isso queremos ignorar quando apontamos. Sempre queremos as coisas do nosso jeito, mas pra conviver bem devemos evitar essas imposições. Outro ponto importante de se destacar nesse modelo é a honestidade. A honestidade é indispensável para uma boa comunicação. Quem não é honest@ com @ outr@ não pode esperar que suas demandas sejam atendidas, ou que seus sentimentos sejam acalentados, afinal, ninguém pode adivinhar quais são elas, ou quais são seus sentimentos, se esses não são expressos honestamente. E a honestidade tende a atrair honestidade. O texto explica algumas atitudes que temos que nos tornam “miseráveis”, e afirma: “se alguém aspira a ser sinceramente desgraçado a única coisa que deve fazer é comparar-se aos outros”. A partir de atitudes como essa, o ser humano toma posturas defensivas e gera comunicações violentas. Da mesma forma, quando alguém nos compara as conseqüências convergem para um mesmo caminho, ou para um caminho até pior, dessas posições defensivas e comunicações violentas. E mais: ” a maioria de nós elabora uma L. que nos leva a etiquetar, comparar, exigir e emitir juízos mais do que ter consciência do que sentimos e necessitamos”. Essas atitudes de julgamentos, exigências, rótulos e críticas são motivos para acontecer grande parte dos conflitos que vemos em nossa sociedade, na minha opinião. É muito mais do que uma comunicação violenta. São atitudes que desencorajam pessoas, desestimulam, trazem infelicidade, raiva, acomodação, insultos, sentimentos de vingança, desamor, entre tantas outras sensações e respostas. Acredito que um dos grandes problemas de nossa sociedade hoje seja a insatisfação das pessoas. Com o ambiente onde vivem, com as outras pessoas e, principalmente, com elas mesmas, e isso tudo pode ser causado por essa comunicação violenta que vem carregada pelas atitudes anteriormente citadas.


Por: Aninha Caldas

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