terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Compartilhando experiências..

Uma disciplina transparente, onde a participação de cada indivíduo ajuda na construção do todo!

Veja abaixo como a disciplina de Política e Gestão Ambiental, utilizando pela primeira vez a abordagem ecopedagógica, marcou os alunos que a cursaram em 2008.2!
Com a utilização das metodologias propostas pela abordagem, a intenção foi mudar as relações humanas, sociais e ambientais de cada participante, por meio de ferramentas que integram os participantes e agregam valores para todos, já que é possível desenvolver debates naturais que propiciam a troca de experiências e uma discussão aberta e franca que, com toda certeza, ajudou todos os participantes a crescer e perceber o seu papel como cidadão planetário.

Com vocês, uma análise da disciplina de acordo com os alunos:

- Qual sua motivação quando escolheu seu curso de graduação?

Uma pergunta muito profunda e pessoal, mas que foi debatida em sala de aula! Foi um dos pontos altos das apresentações dos Temas de Interesse, onde uma das alunas falou sobre “A escolha da Profissão”. Essa pergunta aborda claramente o conceito de auto-análise.

Algumas das respostas:

“Vontade de trabalhar com algo de que realmente gosta”
“Gosto pela Biologia desde o colégio”
”Vontade de alcançar autoridade e conhecimento para realizar ações em prol da natureza/ aproximação com a natureza”


- Há algum assunto que você gostaria de ter oportunidade de discutir na universidade, mas que foi pouco enfocado ou não foi dado até agora? Qual é?

Através das atividades da disciplina, foi possível trabalhar a gestão ambiental e como o biólogo, ou cientista ambiental, se insere nesse contexto não apenas como gestor, mas como um agente ativo de mudança na sociedade. Além disso, com abordagem diferente, foi possível trabalhar conceitos mais (verdadeiramente) humanos e repensar nossa realidade, questionando os problemas e buscando soluções.

“Aproximação entre seres humanos e entre o homem e a natureza”
“O verdadeiro papel do biólogo ambiental”

- Pense nos professores que mais marcaram sua vida estudantil. Por que eles se tornaram tão importantes?

Os principais valores citados pelos alunos foram:
-Metodologia dinâmica
-Abertura de relacionamento
-Busca da criatividade
-Ajuda na construção pessoal e profissional


A partir dessas respostas, fica claro que o processo de ensino-aprendizagem só se dá de forma eficiente se aspectos não apenas curriculares forem colocados em questão. E é dessa forma que a disciplina pretende se mostrar. Com aulas ao ar livre, com formações que proporcionem o contato entre todos os participantes, com a matéria sendo lecionada de forma dinâmica, onde a professora é na verdade uma facilitadora de uma discussão entre os próprios alunos.
Os estudantes demonstraram que as melhores lembranças de aula e os melhores sentimentos se concretizaram por professores que apresentam uma maneira não tradicional de conduzir seus trabalhos. Dessa forma, é possível visualizar o quão necessário se faz a aplicação de uma metodologia dinâmica, com participação de todos, que incentive o pensamento crítico, a reflexão e a criatividade, além de um canal de diálogo aberto entre facilitador e estudante.

- Quais são as maiores deficiências que você percebe na sua formação profissional até o momento?

As maiores “deficiências”, por assim dizer, identificadas nos questionários foram:
“Expressar opiniões, debater”
“Falar em público”

Como pode ser observado, a maior dificuldade dos estudantes é a capacidade de debater e poder defender suas idéias e opiniões. A disciplina oferece a oportunidade para que haja esse espaço de compartilhamento, onde os indivíduos podem debater e se expressar.
Há inclusive a possibilidade de incentivar as pessoas, com a transmissão de experiências de vida por meio da apresentação de biografias de pessoas que mudaram o mundo com suas atitudes positivas.
Na disciplina, foi constante o estímulo ao pensamento crítico e o posicionamento frente às problemáticas que foram aparecendo. Além disso, várias das formas de avaliação envolviam o “falar em público”. A atuação do gestor ambiental foi trabalhada como parte intrínseca da cadeira, além de terem sido trabalhados vários assuntos atuais.
A realização do projeto, como uma das formas de avaliação, fez com que estudantes atuassem em questões sociais; o Júri simulado contribuiu para que os discentes se colocassem à frente de um problema real e tentassem buscar soluções para o mesmo; e as várias atividades de participação ajudaram nas questões de timidez e introversão.

Qual é sua expectativa com o curso de Política e Gestão Ambiental?
Quais eram suas expectativas ao se matricular na disciplina? Elas foram atendidas?

Essas duas perguntas foram agrupadas porque fazem parte de dois questionários diferentes, mas têm um só objetivo: avaliar se ela obteve sucesso durante o seu andamento.
A primeira, colocada em questão no início do curso, tenta saber dos alunos quais são suas expectativas pelo curso em que acabam de ingressar. A segunda, respondida pelos estudantes ao final das atividades da disciplina, foi um espaço de avaliação sobre o andamento da cadeira e suas considerações acerca dela. É possível observar que vários pontos foram bastante desenvolvidos em sala de aula, como a questão de aproximar os estudantes à realidade de um gestor ambiental, que enfrenta problemas e deve encontrar soluções, sabendo defender seus interesses (os do meio ambiente) e tendo que lidar com pessoas. Além disso, os pontos de políticas e questões ambientais também parecem ter sido bem atendidos.
Aí então, neste ponto de ligação, encontra-se uma importante ferramenta avaliativa. É necessário não somente avaliarmos, mas também deixarmos ser avaliados. E a partir dessa avaliação, possibilitar a construção de um contexto que possa aproximar a todos (ou a maioria) dos estudantes às questões ambientais, que têm que ser, mais do que nunca, profundamente trabalhadas, conectando aspectos de acordo com uma abordagem mais holística, que integre homem-sociedade-planeta, de acordo com os preceitos da ecopedagogia.

O que você vê como “pontos altos” da disciplina?

A utilização de uma metodologia dinâmica e a utilização de atividades diferenciadas para o processo-ensino aprendizagem aparecem agora, como pontos positivos. Além disso, o bom relacionamento entre estudantes e professor se mostrou fundamental, além do fato da importância de um canal de diálogo aberto e da intervenção da facilitadora como formadora.
Vivemos, infelizmente, num momento em que as pessoas já estão tão acostumadas com os sistemas tradicionais e que muitas vezes não aceitam mudanças. Além disso, nada é perfeito, por isso é importante não fechar os olhos para algumas críticas que possam surgir. Na “pergunta 3” é possível observar alguns pontos como “a falta de teoria”, “falta de planejamento”, “apresentação de trabalhos pelos estudantes”, talvez como reflexo dessa mentalidade positivista e não participativa. Interessante que enquanto a alguns alunos consideraram a participação dos estudantes como “ponto alto” da disciplina, outros acharam que esse aspecto era algo que se deveria repensar.

“Avaliação (liberdade de escolha)”
“Participação dos alunos”
“Discussões em grupo”
“Metodologia de aula, dinamismo – fuga dos métodos tradicionais”

Como você se sentiu com a forma de avaliação?

A possibilidade de escolha da forma de avaliação (várias formas possíveis) se mostrou de uma importância imensa. Os estudantes além de se sentirem mais à vontade com a cadeira, demonstraram ter aprovado esta metodologia por poderem trabalhar de forma completa a área em que mais tinham segurança, em que apresentavam mais dominância do assunto.
Além disso, essa liberdade aproxima os estudantes e facilitadores do processo avaliativo, que é fundamental para a construção dos indivíduos como pessoas e como profissionais, afinal, é através de avaliações bem feitas que podemos nos perceber e crescer. Abaixo é possível ver de forma mais detalhada as formas de avaliação, além da relação desenvolvida pelos estudantes para com elas.


Quais foram as formas de avaliação escolhidas por você? Você acredita que elas contribuíram de alguma forma na sua vida e na sua forma de atuar no mundo?

Sem dúvidas, a liberdade de escolha nas forma de avaliação teve um papel muito positivo para cada indivíduo do grupo. A proposta da liberdade das formas de avaliação demonstra que é possível explorar os diferentes pontos fortes de cada pessoa, além de incentivar e inspirar os participantes como um todo.

Biografia
“Aproximação com a vida pessoal”
“Crescimento pessoal”

CineBio
“Perceber que dependemos de resposta do público para melhor”

Tema de interesse
“Aprofundar em conhecimentos em novos temas”
“Forma de comunicar claramente”

Projeto
“Experiência com elaboração de projetos”
“Aproximação com outra realidade”
“Experiência que escolhi e vivenciei com alegria e amor”

Você considera que os temas tratados e a forma como foram tratados contribuem para os desafios que você deve enfrentar na sua vida profissional? Por que?

“Aprendemos a lidar com as questões conceituais e com as de relacionamento com o próximo”
“A maioria dos temas tratados, com certeza, contribuirão muito na minha vida profissional, porém creio que talvez fosse interessante a elucidação dos dois lados da moeda em muitas das opiniões e comentário feitos por algumas pessoas que ainda vêem as coisas muito romanticamente. Como a cadeira acontece de forma franca e aberta, talvez isso seja pertinente.”

Pensando nessa trajetória de 15 semanas na disciplina de Política e Gestão Ambiental, que lembranças guarda com carinho?

-Júri Simulado (4)
-Aulas fora da sala (4)
-Forma como a professora se relaciona com os estudantes (3)
-Disposição das cadeiras em círculos (2)
-A realização do projeto (2)
-Prática no Hiper Bompreço
-Dias de apresentação de seminários
-Janelas abertas
-Relação e interação entre os discentes
-Debates
-Aula de Thomaz – alongamento antes da aula
-A participação da “bonitora”

A “pergunta 7” é muito rica no que se diz respeito à validade de metodologias tradicionais de ensino. Fica clara a apreciação dos estudantes por práticas diferentes, que envolvam mais os discentes entre si, eles aos docentes e todos aos assuntos abordados. Detalhes como disposição das cadeiras em círculo e manter as janelas abertas, por exemplo, já fazem uma grande diferença, num processo que costuma ser de grande distanciamento.

Alguns comentários livres feitos pelos discentes:

“Tomar cuidado com as próximas turmas que tiverem ouvintes, pois desta vez foram pessoas que contribuíram bastante com a disciplina, mas, será que das próximas vezes as pessoas não podem atrapalhar?”

“Acho necessário uma maior quantidade de aulas de gestão ambiental e seguir o cronograma. Também seria legal trazer alguns gestores ambientais para trocar experiências. Para Cecília e Camila: muito obrigado! Nunca nenhum professor ou monitor tratou a nossa sala tão bem. Um forte abraço a ambas.”

“A disciplina foi de extrema importância para a “conclusão” do curso (juntamente com a disciplina Clóvis). Em apenas um semestre, uma demanda de informações imensas e que podem ser aplicadas realmente na vida pessoal (e passar isso adiante). A liberdade dada à forma de apresentar ajudou muito no meu auto-conhecimento, como realmente posso fazer ou apresentar melhor um projeto/trabalho sem aquela imposição de como temos que fazer. Também foi de aprendizado de que mesmo quanto mais experiente, você ainda tem problemas ‘basais’ ou comuns na formulação dos trabalhos.”

“Acho válido não só a monitora se mostrar disponível e acessível, como também a Cecília, pois só nas aulas, das 16h às 20h, é possível travar alguma forma de diálogo.”


Dessa forma, esperamos que essa "breve" análise da cadeira possa contribuir para a construção coletiva da disciplina para o próximo semestre, além de contribuir no processo ecopedagógico em si, que inclui a troca ativa de experiências e foca na construção de um coletivo cada vez melhor.

Um comentário:

Unknown disse...

Amei essa disciplina pois a cada aula revejo meus conceitos e reciclo meus pensamentos!!!
Conheço outras verdades que vão de encontro com a minha verdade e então acabo me desconstruindo pra reconstruir.